Nem mesmo a liberação de agrotóxicos potentíssimos, já proibidos na maioria dos países europeus e nos Estados Unidos, – e que provocam sequelas permanentes nos seres humanos, mas é defendida pela atual ministra da Agricultura Tereza Cristina (DEM) -, foi suficiente para estancar a praga que atingiu o “laranjal” plantado pelo Partido Social Liberal (PSL) nas eleições de 2018.
Uma ação investigativa do Jornal A Folha de São Paulo, aquele mesmo que Jair Bolsonaro prometeu acabar quando fosse eleito, desvendou a prática de desvios de verbas partidárias, através de candidaturas de “laranjas”, realizadas pelo partido do atual presidente da República.
Acuado pelas denúncias e pelas provas quase indiscutíveis apresentadas pelo veículo jornalístico, e após uma série de discussões envolvendo mais um filho seu, Carlos Bolsonaro (PSL-RJ) – que chamou o então ministro de mentiroso -, o capitão Bolsonaro demitiu o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, acusado de ser o responsável pela “plantação de laranjas” denunciado pela Folha. Para tentar se garantir e demonstrar força, Bolsonaro se cercou de mais um militar no governo.
Diante da decisão de exonerar Bebianno, fica a expectativa sobre o futuro do atual Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, presidente do diretório estadual do PSL mineiro, também acusado por uma ex-candidata a deputada pelo seu partido do conhecimento sobre todo o esquema, que visava utilizar da obrigação da cota de 30% para candidaturas femininas apenas de fachada para desvio dos recursos do fundo partidário. Além disso, continuam faltando esclarecimentos de Flavio Bolsonaro e seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, sobre os “laranjas” da Alerj.
Eleito com a pregação da honestidade e da ética, o atual governo já começa a demonstrar sinais de que muitas “frutas podres” ainda estão sendo cultivadas pela classe política que comanda o país.