Nem mesmo chegou o Carnaval e o novo governo já não consegue se esconder atrás das máscaras vendidas durante o período eleitoral. Com apenas dois meses de mandato, o país acompanha os fatos que demonstram que, atrás da capa do “mito”, eleito com o discurso do compromisso com a ética e a moralidade no trato da coisa pública, havia outros truques.
Envolvido com o escândalo das candidaturas falsas, utilizadas para desviar recursos do fundo partidário, o PSL, partido do atual presidente, já é chamado de “Partido Só de Laranjas” e envolve, além do filho de Jair Bolsonaro, ministros e o presidente da legenda. Também foi desmascarado o Super Moro, que antes defendia a criminalização da corrupção e, em negociata com o Congresso, mudou o discurso sobre a utilização de caixa dois nas eleições. Agora defende que um crime “menor”, desmentindo uma entrevista que concedeu nos EUA sobre o assunto.
Na ação mais propagada pelo governo como a solução para a maioria dos problemas financeiros do país, a proposta de reforma da Previdência atendeu a expectativa dos banqueiros privados, dos empresários e daqueles que sempre foram privilegiados. Penalizando os trabalhadores urbanos e rurais, com o aumento do tempo de contribuição e idade, e massacrando os mais pobres, que nunca tiveram contratos formais de trabalho, e por isso faziam jus ao benefício no valor de um salário mínimo, que agora deve ser reduzido a menos da metade.
Os empresários aplaudiram, pois deixarão de pagar a multa por demissão sem justa causa do aposentado e nem mesmo continuará recolhendo seu FGTS. Além disso, a criação dos fundos capitalizados abrirá um mercado bilionário a ser explorado pelos banqueiros privados, sem nenhuma responsabilidade social em troca.
No entanto, se conseguir, esqueça um pouco dos problemas e divirta-se pelos menos momentaneamente durante a festa de Carnaval, mas, sempre com reponsabilidade.