Maria do Carmo Nascimento – CEF/Conquista
Sou bancária há 13 anos e estou compartilhando esse momento de luta, muito importante por tudo que conquistamos. Estamos sendo agredidas de forma violenta. Somos donas-de casa, participamos da luta em casa e na rua, e não podemos perder isso. É um momento delicado e triste, mas, somos mulheres, somos a luta. Dentro da CEF conquistamos mais espaços, temos mais mulheres na liderança, em cargos gerenciais. E na política temos que avançar mais, porque nossa representatividade é muito pequena. Então, temos que avançar para a luta, interagindo mais com as outras mulheres, indo em busca de nossos direitos. Não somos maiores do que ninguém, somos iguais. Então é a luta por igualdade, por direito. A voz da mulher não pode ser calada de uma forma a ser morta, executada como a gente está vendo.
Ludmilla Almeida – BB/Conquista
O movimento é extremamente relevante e tem ganhado muito mais corpo e a importância devida ao longo dos anos. Temos percebido que a luta da mulher ainda é muito grande e temos um longo caminho pela frente, apesar de termos conquistado muitas posições. Dentro dos bancos, por exemplo, nós ainda somos poucas nos altos cargos, então a gente percebe que isso ainda é muito mais voltado para o homem, que muitas vezes somos deixadas de fora. Precisamos buscar a igualdade, trazer as mulheres para esses lugares porque elas têm condição, sim, de ocupar todos esses cargos. O lugar da mulher é onde ela quiser, ela tem condições de fazer o que precisar. Não existe isso de que esse cargo ou essa tarefa é só masculina.
A presença da classe bancária nos movimentos é muito importante, principalmente nessa Marcha das Mulheres. Infelizmente nós, mulheres, ainda somos minoria em vários aspectos e isso deve mudar com o tempo, mas ainda estamos caminhando a passos pequenos. Nós sofremos mais assédio do que os homens. Temos também a questão da violência contra a mulher, porque quando ligamos a TV, nos noticiários é o que mais estamos vendo. Não imaginei chegar no século XXI e ouvir notícias de que as mulheres ainda sofrem violência e preconceito por serem mulheres. Mas, não devemos desistir da luta por melhores salários, por melhores colocações no trabalho, por ser mulher e se fazer presente na sociedade. Não devemos perder esse desejo de lutar pelo nosso lugar.