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Assédio moral: não se cale, não aceite!

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Frequentes exposições a situações humilhantes e constrangedoras, cobranças infundadas ou abusivas, e críticas apenas com intuito de denegrir a autoestima durante a jornada de trabalho por parte de quem ocupa um cargo mais alto na hierarquia, são práticas que fundamentam o assédio moral e estão cada vez mais presentes na rotina dos trabalhadores.

Hoje, no Brasil, o maior destaque entre os segmentos com recorrentes denúncias sobre esse tipo de assédio é o setor bancário. A cada dez denúncias de assédio moral no Brasil, três são contra bancos. Um levantamento do Ministério Público do Trabalho mostra que casos de humilhação no serviço aumentaram em 7,4% de 2012 para 2013. Resultado? Bancários mais adoecidos. No ano passado, 18.671 trabalhadores foram afastados das agências por problemas de saúde, e 52,7% tiveram como causas principais os transtornos mentais e as doenças do sistema nervoso.

A busca por lucros dos bancos faz com que os trabalhadores convivam com ameaças, acúmulos de funções, reclamações vexatórias na frente de colegas e clientes, e imposições de horas extras regularmente. Na base territorial do SEEB/VCR, as denúncias dos abusos são cada vez mais frequentes tanto em bancos privados, quanto no BB, CEF e BNB.

Denúncias de bancários vítimas de terrorismo psicológico têm chegado ao Sindicato constantemente. São trabalhadores cobrados por metas impossíveis e sendo discriminados por não alcançá-las ou por estarem adoecidos devido à sobrecarga de trabalho e à pressão. A prática violenta contra empregados não pode ficar impune. O assediador pode responder pelo crime de calúnia e difamação e corre o risco de ter que indenizar o trabalhador prejudicado por dano material, moral e à imagem.

Segurança para denunciar

O SEEB/VCR vem prestando assistência aos bancários, disponibilizando um canal de denúncias no site e orientando-os a recolherem comprovações dos abusos. Os relatos e as provas são posteriormente encaminhados ao banco e à Fenaban para apuração sigilosa, que deve ser concluída e reenviada ao Sindicato em, no máximo, 45 dias, conforme o Acordo Coletivo Aditivo para a Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho. “Dentro dos bancos, a cobrança é tão além da capacidade humana que está causando o adoecimento mental dos bancários. O trabalhador se sente indefeso e sofre calado, mas não deve ser assim. Aqui no Sindicato, o departamento jurídico e a Diretoria de Saúde estão à disposição, dando todo apoio e orientações necessários ao bancário”, ressalva a diretora de Assuntos de Saúde e Qualidade de Vida do Trabalhador, Maria Eneide Lima.

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