As mulheres são maioria na população brasileira. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil é composto por 48,4% de homens e 51,6% de mulheres. Ainda de acordo com o Instituto, no que diz respeito ao mercado de trabalho, apesar dos homens ainda serem maioria, com 30,8 milhões de postos, o espaço ocupado pela mulher vem crescendo, chegando aos 25,8 milhões. Entre 2012 e 2018, o número de mulheres trabalhadoras cresceu em 1,4 milhão, enquanto o número de homens subiu apenas 194 mil.
No entanto, muitos postos de trabalho ocupados pelas mulheres são precarizados. O número de horas trabalhadas continua maior para as mulheres, e seus salários permanecem menores. O IBGE aponta que a mulher trabalha, em média, três horas semanais a mais que os homens, se dedicando a trabalhos remunerados, afazeres domésticos e cuidados de pessoas, e mesmo com um nível educacional mais alto, elas ganham, em média, 76,5% do rendimento dos trabalhadores homens.
A sobrecarga de trabalho somada à desvalorização traz consequências que podem ser drásticas para a saúde física e mental dessas trabalhadoras. Dados levantados pela organização da 2ª Conferência Nacional de Saúde da Mulher, promovida pela Secretaria Nacional de Saúde do Trabalhador e a Secretaria Nacional de Mulheres da CUT em dezembro de 2016, revelaram que as mulheres sofrem com sintomas e doenças causadas pelas condições de trabalho, sobretudo as doenças crônicas e psicológicas.
As mulheres que lidam diretamente com atividades econômicas, em empresas baseadas no controle permanente e aumento dos lucros com estabelecimento de metas – a exemplo dos bancos – levam as trabalhadoras à angústia, ansiedade, depressão, insônia, displasia mamária, distúrbios digestivos, LER/Dort, aumento da tensão menstrual, entre outros. O assédio moral e sexual e as relações de trabalho contribuem fortemente para evolução desses quadros.
Para a vice-presidente do Sindicato, Larissa Couto, a atual conjuntura tende a ser ainda mais adoecedora para as mulheres e requer a união de todas. “Neste cenário de ataques aos direitos, sobretudo das mulheres com a Reforma da Previdência, por exemplo, somos ainda mais penalizadas com adoecimento, insegurança e assédio. É importante observar sinais em relação à saúde e buscar ajuda psicológica, médica, jurídica e sindical. Também é fundamental que nós, trabalhadoras, sejamos resistência e sigamos firmes na luta por melhores condições de trabalho e qualidade de vida”, conclui.