A tentativa de acabar com os direitos da classe trabalhadora no Brasil tem ganhado força com o governo de Jair Bolsonaro. Em mais um ataque, o governo editou a Medida Provisória 873, no dia 1º de março, mudando as regras para o pagamento das mensalidades aos sindicatos. A tentativa de desmonte das entidades sindicais já teve seu início com a Reforma Trabalhista em 2018, que desobrigou o pagamento da contribuição sindical anual.
Em mais um ato que visa agradar os empresários em detrimento dos direitos dos trabalhadores, o governo agora obriga que, as mensalidades sejam pagas apenas via boleto bancário, não permitindo mais o desconto na folha de pagamento. Tal medida tende a enfraquecer financeiramente todas as entidades sindicais, que dependem da contribuição dos seus filiados para manterem a representatividade da classe e organizarem suas lutas.
No que diz respeito à categoria bancária, os benefícios alcançados a exemplo do ticket alimentação, pagamento das 7ª e 8ª hora e auxílio creche, foram frutos das pautas das Campanhas Salariais e greves nacionais. Ademais, no SEEB/VCR existe o trabalho de proteção aos direitos trabalhistas por meio da atuação dos setores jurídicos, como as reintegrações e ações coletivas.
Por isso, sindicatos em todo o país estão entrando com pedido de liminar para manter a contribuição sindical via desconto na folha de pagamento. O Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região também entrou com a solicitação para que o desconto permaneça na folha dos bancários do Banco do Brasil, Caixa e Banco do Nordeste. O pedido aguarda julgamento na 1ª Vara do Trabalho, em Vitória da Conquista, que deve acontecer até a próxima semana.
Para a diretora de Assuntos Jurídicos do SEEB/VCR, Sarah Sodré, é preciso posicionar-se contra as ações que estão sendo implementadas em desfavor à classe trabalhadora. “O governo Bolsonaro, por meio dessa MP, ante a eminente votação da reforma previdenciária, tenta a todo custo desarticular as entidades representativas e formadoras de opinião como maneira de reduzir o enfrentamento e empurrar o esfacelamento da Previdência goela abaixo na população. Por isso, vamos lutar também na justiça contra essa ação nefasta que tenta destruir a organização dos trabalhadores”, conclui.