O governo Bolsonaro volta a praticar as velhas fórmulas de comprar votos para aprovar projetos, método que ele disse abominar durante a campanha eleitoral. A proposta do presidente é pagar R$ 20 milhões em emendas parlamentares a cada deputado ou deputada que votar a favor da proposta da reforma da Previdência. Sem uma base ideológica de apoio e sem nenhum outro projeto para tirar o país da crise econômica e social instalada há alguns anos, o vale-tudo para mudar o sistema previdenciário já começou.
Após a reforma trabalhista aprovada no governo Temer – que tinha a promessa da geração de milhares de empregos depois que o Congresso acabasse com todas as garantias que os trabalhadores levaram séculos para conquistar -, hoje temos como resultado mais de 28 milhões de desempregados e subempregados enfrentando grandes dificuldades para sobreviver. Enquanto a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) cai novamente e agora chega a apenas 0,8 para 2019, o governo segue buscando distrair a fome da população com discursos usados na campanha eleitoral.
Após tornar o Brasil o país que mais consome agrotóxicos no mundo, acabar com as multas ambientais, permitir a exploração mineral nos territórios de preservação ambiental, perseguir os direitos dos indígenas, quilombolas e abrir espaço para a destruição desenfreada da floresta amazônica – sendo repreendido internacionalmente -, Bolsonaro se viu obrigado a permanecer no acordo climático assinado em Paris, para que o Brasil fosse aceito no acordo econômico entre a Europa e o Mercosul.
Após o acordo, os empresários brasileiros sofrerão a concorrência dos produtos externos sem impostos. Se a indústria brasileira não suportar a disputa com países com melhor infraestrutura, continuaremos descendo a ladeira.