Por Alex Leite, diretor de comunicação e imprensa do SEEB/VCR.
Esta semana, o governo rebaixou mais uma vez a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para 2019, agora estimado em 0,81 %. Esta é a 20ª semana seguida em que os valores previstos inicialmente pelo governo Bolsonaro são reduzidos. Ou seja, a ilusão do crescimento econômico imediato já se desfaz nos primeiros seis meses de poder.
A aposta propagandeada de que a reforma da Previdência é a solução para os problemas econômicos do país também já demonstra fragilidade. Os números do desemprego e as perspectivas de investimentos para a geração de postos de trabalho é cada vez mais baixa.
Para piorar de vez a situação do trabalhador, Bolsonaro editou a Medida Provisória 881, desregulamentando totalmente as poucas normas que ainda garantiam algum direito para a classe trabalhadora. É o aprofundamento da reforma trabalhista feita por Temer, com a mesma promessa de geração de empregos e que apenas privilegiou os empresários.
Enquanto a população sofre com os cortes de verbas nos vários setores essenciais como a Saúde, Educação, Habitação e tantos outros, o presidente da República edita decretos para evitar a punição de motoristas infratores, abole o uso da cadeira de segurança para crianças nos automóveis, facilita a aquisição e o porte de armas, e agora quer nomear o próprio filho como embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
É a demonstração explícita de que as práticas tão combatidas na campanha eleitoral já aparecem não só na forma do nepotismo, mas também na compra de votos no Congresso através das liberações de emendas individuais e oferecimento de cargos públicos.
As revelações feitas pelo site Intercept, denunciando a falta de caráter e de imparcialidade de algumas autoridades envolvidas na Lava-Jato, demonstram que as armações sempre aconteceram.
Para aqueles eleitores que acreditaram que as “velhas práticas” tinham acabado, o que acabou foi a ilusão.