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“A única solução é a prevenção”

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No próximo dia 28, é celebrado o Dia Mundial de Combate às LER/Dort, e para falar sobre questões ligadas a estas doenças ocupacionais, conversamos com a diretora de Assuntos de Saúde e Qualidade de Vida do Trabalhador do SEEB/VCR, Eneide Lima.

A Sra. acha que o bancário está se conscientizando sobre a importância da prevenção das LER/DORT?

O bancário já está mais consciente de que pode adoecer, mas ainda falta uma compreensão maior sobre a doença e sua prevenção, porque a maioria só descobre depois que o médico faz seu diagnóstico. O bancário tem que ter uma avaliação periódica do médico do trabalho. O mais curioso hoje em dia, é que antigamente o diagnóstico era feito no histórico ocupacional do funcionário de oito a dez anos. Hoje, com o ritmo de trabalho acelerado e as cobranças, o que é mais curioso e mais grave, é que bancários com dois ou três anos de trabalho já estão adquirindo a doença, e são funcionários jovens. Isso assusta, porque eles já podem chegar aos seus quarenta anos de idade fora do mercado de trabalho.

Segundo dados do INSS, no último levantamento feito em 2013, as LER/DORT afastaram cerca de 76.400 bancários. O que os bancos podem fazer para que este número seja reduzido? Há deficiência na estrutura das agências?

O mobiliário adequado e o cumprimento da NR 17 correspondem a uma postura que deve ser adotada pelos bancos. A LER, uma vez diagnosticada no indivíduo, a depender do grau da doença, não tem cura. A única solução é a prevenção, e os banqueiros precisam fazer sua parte através da NR 17, que diz que a cada 50 minutos trabalhados, deve haver 10 minutos de pausa para alongamento. Mas sabemos que isso não acontece nos bancos, por mais que o Sindicato e as Centrais Sindicais cobrem, os banqueiros não levam isso a sério. Eles preferem adoecer o bancário e depois colocá-lo para fora.

Existem casos em que o bancário é demitido mesmo portando a LER/Dort?

Existem muitos casos, e justamente por isso nós alertamos para que logo que o bancário começar a sentir qualquer sintoma ligado à doença, procure um médico e inicie o tratamento, pois isso lhe garante a estabilidade, evitando assim um possível processo de reintegração, que é desgastante.

O que o bancário pode fazer caso a NR 17 não seja cumprida em sua agência?

Nós, trabalhadores, devemos reivindicar as pausas, cuidar da saúde. A saúde é nosso maior patrimônio, e quando não a temos, não há mais banco, carreira nem mercado de trabalho. Caso a NR 17 seja desrespeitada, o Sindicato deve ser acionado.

Como o SEEB/VCR pode auxiliar o bancário que estiver sofrendo com as LER/DORT?

O que nós orientamos é que ele sempre comunique o banco e tire sua licença, porque a doença não tende a melhorar, e infelizmente seu quadro só tende a evoluir se não houver o tratamento adequado. Os bancos notificam muito pouco sobre a LER, assumem muito pouco a sua responsabilidade diante dos registros existentes hoje. Quem mais notifica no Brasil, inclusive aqui em Vitória da Conquista, é o sindicato.

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