Por Alex Leite, diretor de Imprensa e Comunicação.
“Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada.”
Trecho do poema “No caminho com Maiakóvski”, de Eduardo Alves da Costa.
A nossa liberdade – conquistada com a luta que levou à morte de centenas de brasileiros, deixou vários desaparecidos e possibilitou que a maioria dos eleitores que foram às urnas no ano passado elegessem o atual presidente – corre sério risco.
Com a benção de Jair Bolsonaro, os ataques à democracia, à liberdade de pensamento e às garantias individuais do cidadão brasileiro têm sido constantemente provocados por representantes do governo, desrespeitando a Constituição ao qual juraram obedecer.
Além disso, a retirada de peças da mídia pelo presidente do Banco do Brasil por mostrar a diversidade gênero; a proibição da apresentação de uma peça teatral infantil retratando o período da ditadura militar na Caixa Cultural de Recife; o recolhimento de apostilas pelo governador de São Paulo, João Doria, e a tentativa de apreensão de livros pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, durante a Bienal do Livro; e a declaração do vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, que afirmou que as vias democráticas não trarão as mudanças que o país precisa, demonstram que o Brasil está vivendo uma censura que reprime a liberdade de expressão do seu povo a cada dia mais.
A nação precisa reagir, antes que os tempos sombrios possam voltar.