Manifestações divergentes mobilizam o Brasil

O último final de semana foi marcado por protestos em todo país. Na sexta-feira (13), manifestantes atenderam o chamado de movimentos sociais e sindicais que se mobilizaram em defesa da Petrobras, da democracia, da reforma política e contra as Medidas Provisórias nº 664 e 665.
Contrariando a expectativa dos bancários, a pauta do ato não incluiu a defesa da Caixa como um banco 100% público, mesmo com o anúncio da pretensão de abertura de capital da instituição.

Apesar da presidente ser autora das MPs que restringiram direitos trabalhistas e ter afirmado que fará “sacrifícios necessários” – o que pode ser entendido como mais arrocho para os trabalhadores -, uma parcela dos manifestantes declarou apoio ao projeto de governo e à própria Dilma.

Já as manifestações do domingo (15) tiveram motivações diversas. Mesmo não sendo consenso, entre as palavras de ordem estavam o fim da corrupção, impeachment da presidente, o fim do Partido dos Trabalhadores e até pedidos extremos e inconstitucionais, como o de intervenção militar imediata.

Considerado pela mídia internacional como um protesto dos setores mais conservadores da sociedade, o movimento pode ter dificuldades para se consolidar. Entre os principais fatores estão a falta de unidade no discurso, a ausência de proposições concretas e o perfil dos manifestantes, que segundo pesquisa do Datafolha, 74% participavam de um protesto de rua pela primeira vez na vida.