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Banco público não emprestará dinheiro com taxas menores

A era de empréstimos de bancos públicos (como BNDES) para empresas com taxas baixas e "vantajosas" acabou. A afirmação foi feita pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante sua exposição na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado nesta terça-feira (31).

O ministro elogiou as políticas sociais e de incentivo da economia adotadas até agora pelo governo federal, mas disse que as condições mudaram, e agora o país não tem mais como sustentar isso.

Segundo o ministro, nos últimos anos os bancos públicos concederam empréstimos a empresas de "R$ 460 bilhões com taxas muito vantajosas, abaixo da inflação para muitos setores. Essa política já completou seu curso, tem de ser modificada."

Levy disse que o país teve mais recursos quando os preços de commodities (como minério de ferro, usado para produção de aço) estava alto, e o Brasil exportou muito para a China. Agora, os preços estão menores e a China está consumindo menos.

"Nós aproveitamos bem o ciclo das commodities, mas agora esse ciclo perdeu força. Temos de estar preparados para realocar prioridades na nossa economia."

O ministro disse que o mundo mudou e isso exige alteração na política econômica brasileira também. Ele afirmou que é preciso suspender as isenções de impostos (renúncias fiscais).

Ao cortar impostos, o governo estimula a economia, pois os empresários e os consumidores podem produzir e comprar mais. No entanto, o governo perde arrecadação também.

"Algumas condições que levaraam a algumas renúncias fiscais se alteraram. Talvez algumas [renúncias] deem conforto, mas o quadro que deu origem a elas desapareceu."

O ministro foi convidado ao Senado para explicar o ajuste fiscal (cortes de verbas e incentivos do governo federal). O Congresso tem de aprovar as medidas propostas pelo governo federal, mas vê os cortes com restrições.

Para o diretor de Imprensa e Comunicação do Sindicato, Alex Leite, os pequenos empresários levarão a pior. "A política que vigora hoje beneficia principalmente os grandes empresários do país, como o grupo JBS e as companhias ‘fantasmas’ de Eike Batista. Com esta mudança, a ideia é de que  agora os principais prejudicados serão os micros e pequenos empresários e a agricultura familiar, que não têm tanto acesso aos empréstimos em bancos privados. O governo deveria fortalecer a economia interna, priorizando as pequenas iniciativas economicas e dando poder de compra ao salário do trabalhador".

Com informações do UOL

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