Brasil afora, há muitas dúvidas entre os trabalhadores envolvidos, além de denúncias de transferências com cunho discriminatório. Além do mais, bancários não têm acesso a informações básicas como cronograma e alternativas disponíveis
Uma denúncia: por conta da omissão de gestores da Caixa Econômica Federal, a exemplo do presidente Pedro Guimarães e dos vice-presidentes Valter Gonçalves Nunes (Distribuição, Atendimento e Negócios), Roney de Oliveira Granemann (Gestão de Pessoas) e João Eduardo de Assis Pacheco Dacache (Atacado), empregados de diversas áreas do banco estão manifestando apreensão e ansiedade devido ao processo de reestruturação em curso.
Circulam informações, Brasil afora, de que os trabalhadores da Ceopa, Reopa, Cepti, SGE, Superintendências Regionais (SRs), Sufes, Geafe e Gedef vêm sofrendo a expectativa das áreas passarem por processos de incorporação, cisão, reorganização ou extinção. Até agora, nenhuma notícia foi divulgada para permitir a esses empregados avaliarem as perspectivas da carreira no banco, de modo a organizarem adequadamente a vida pessoal.
É sabido que esses processos mexem com a vida funcional e refletem na vida pessoal de cada empregado das diversas áreas. Da direção da Caixa, a clareza precisa ser a medida do respeito a ser dispensado ao corpo funcional. Nesse sentido, a transparência deve acompanhar qualquer processo que afeta a vida dos trabalhadores, seja em que circunstância for. Mais do que fotos na intranet, cabe à direção do banco maior e mais clareza sobre os fatos.
A Caixa não apresentou respostas durante reunião realizada em 27 de agosto, em Brasília (DF), mesmo depois de questionada pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), que representa os trabalhadores na mesa permanente de negociações. Alegou a inexistência de dados a respeito das mudanças, embora circulem informações de que tal processo seja concluído entre outubro e dezembro deste ano.
Diante do impasse, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) e outras entidades representativas encaminharam correspondência para a direção da Caixa, em 2 de setembro, na qual cobram esclarecimentos sobre a reestruturação em curso. Em resposta, o banco disse que o tema será tratado na mesa permanente de negociações.
Na avaliação das entidades representativas, nenhum processo de recursos humanos pode servir para discriminar, perseguir ou fomentar artificialmente conflitos entre empregados, de novos para os antigos, de lotados em agências para com os das áreas meio, de função gratificada para os sem cargos comissionados, como vem ocorrendo cada vez com mais frequência nos últimos anos.
Para a Fenae, o modelo representado pelo processo de reestruturação se soma à tentativas de venda de setores rentáveis como loterias, FGTS, cartões de crédito e seguro, o que poderá limitar o patrimônio futuro do banco. Essas ações condenam a Caixa a perder rentabilidade, capacidade de crédito e relevância social. “Tamanho retrocesso prejudica o Brasil, a sociedade e os trabalhadores”, denuncia Jair Pedro Ferreira, presidente da Fenae.
Fonte: Fenae