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“Vai significar a legitimação da corrente”

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Para entender melhor os problemas da terceirização, conversamos com o secretário-Geral do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza do Sudoeste e Oeste (SINDILIMP), Luciano Sousa, que representa parte dos trabalhadores terceirizados da região. Confira.

Como o Sr., que é representante de uma categoria que sofre diretamente os problemas da terceirização, avalia uma possível aprovação do PL 4330? 

No meu entendimento e no entendimento do SINDILIMP, é que, se o texto desse projeto passar pelo Senado e for sancionado pela presidente, vai significar a legitimação da corrente. O trabalhador vai passar a ser escravo legalmente. Esse é o nosso temor.

Qual é a realidade do trabalhador terceirizado hoje?
Temos 32 empresas que atuam diretamente em Vitória da Conquista e apenas duas estão cumprindo, mais ou menos, os direitos do trabalhador. A falta de compromisso vai desde o salário até o recolhimento do FGTS e a retenção do INSS. O SINDILIMP entende que o direito do trabalhador não consiste apenas no pagamento da remuneração e nos recolhimentos, mas também do respeito para com os funcionários. O trabalhador terceirizado não é respeitado pela empresa contratante e nem pela empresa contratada.

Quais seriam as mudanças necessárias para que os trabalhadores terceirizados tenham seus direitos respeitados e as condições justas de trabalho?
Primeiramente, eu sou contra a terceirização. A terceirização precisa acabar e dar lugar a admissão por concurso, para que todos tenham direito a um trabalho decente. Até mesmo porque eu entendo que a terceirização é cabide de voto. Mas na situação atual, a primeira coisa que precisaria mudar é o efetivo cumprimento da Lei Estadual anticalote para terceirizados. No segundo momento, seria o respeito total aos direitos e à Convenção Coletiva da categoria, o que não acontece.

Qual a importância da mobilização da classe trabalhadora para impedir a aprovação desse projeto de lei?
Temos que deixar claro para a presidente Dilma que nós queremos o veto. Esse é o grande momento para isso. Também é essencial demonstrar a união dos sindicatos e movimentos sociais na defesa da classe trabalhadora, que precisa ser valorizada. E o mais importante é ir para as ruas mostrando que não estamos com bandeiras partidárias, mas em uma luta em defesa do trabalhador e contra o PL 4330.

*As opiniões expressas na entrevista não refletem, necessariamente, o posicionamento da diretoria do SEEB/VCR.

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