O discurso de não privatizar a Caixa esconde o verdadeiro desejo da atual gestão, a venda das partes lucrativas do banco. Em matéria divulgada pelo Valor Econômico, nesta segunda-feira (20), o presidente Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Jair Pedro Ferreira, afirmou que na prática esse movimento é uma privatização disfarçada. Segundo ele, está em curso um processo de esquartejamento do banco. O plano de venda das subsidiárias da Caixa irá encolher a estrutura da instituição, diminuindo sua capacidade de investimentos.
“Se tirar áreas importantes como essas, você enfraquece o banco e quem será prejudicada é a população, porque a Caixa terá menor capacidade de atuar”, afirmou Ferreira ao jornal.
Em 2019, cerca de R$ 15 bilhões de ativos da Caixa foram vendidos ao mercado. O ano marcou também a venda da Lotex para um consórcio estrangeiro, que arrematou por um valor abaixo das avaliações de mercado. Para 2020, a expectativa do ministro da Economia, Paulo Guedes, é de vender um volume maior de recursos. Áreas como cartões e loterias estão na mira e a abertura de capital da Caixa Seguridade deve acontecer em abril.
Ainda segundo o presidente da Fenae, a Federação irá buscar caminhos jurídicos para parar as vendas. Além disso, as mobilizações junto ao Congresso e a sociedade serão intensificadas.
A campanha #ACAIXAÉTODASUA
Outra iniciativa contra a privatização do banco público foi lançada pelo Comitê Nacional em Defesa da Caixa em outubro. A campanha #ACAIXAÉTODASUA tem o apoio da Fenae e visa chamar atenção de empregados do banco e de toda a sociedade para os prejuízos que a venda de partes lucrativas da empresa poderá trazer.
A campanha pretende mostrar para a sociedade que vender a Caixa, banco 100% público, compromete sua função social e de desenvolvimento do país. #ACAIXAÉTODASUA ocorre em um momento decisivo. A cada dia estão mais claros os planos para privatizar o banco.
Fonte: Valor Econômico