A redução da meta de esforço fiscal por parte do governo para 2015 e para 2016 vai contribuir para que a relação entre a dívida bruta pública e o Produto Interno Bruto (PIB) chegue a 70%, segundo estimativa dos economistas do Banco Itaú. Esse é um dos indicadores olhados pelas agências de avaliação de risco na hora de dar uma nota a um país e por isso o temor de que o Brasil possa perder o grau de investimento.
Em relatório assinado pelo economista Luka Barbosa, o banco calcula que a relação entre dívida bruta/PIB passará de 65% ao final do ano para 68,8% no ano que vem e chegando a 70,3% em 2017. No ano seguinte, subiria para 71,6%. Caso a meta não tivesse sido alterada, a trajetória ficaria em torno de 68% ao final de 2018.
O governo decidiu reduzir a meta de superávit primário, que é a economia feita para o pagamento dos juros da dívida, porque a arrecadação de impostos está abaixo do esperado no início do ano. A meta de 2015 passou de 1,1% para 0,15% do PIB e a do ano que vem passou de 2% para 0,7%. Com essa decisão, o Itaú também reviu as suas projeções. Para esse ano, a expectativa do banco para o superávit passou de 0,5% para 0,15% em 2015 e de 1% para 0,7% no ano que vem. "Esta trajetória projetada de superávit primário implica continuidade no ajuste fiscal, mas partindo de um nível mais desfavorável (primário menor em 2015). Essa trajetória mais baixa ainda continua sendo desafiadora", explica o relatório do banco.
Informações do site O Globo