Terceirizados são excluídos dos protocolos de quarentena e de afastamento dos grupos de risco
A direção da Caixa está flexibilizando os protocolos de quarentena e afastamento dos grupos de risco, medidas protetivas contra a Covid-19, para os trabalhadores terceirizados do banco. De acordo com a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), o banco está permitindo que trabalhadores do grupo de risco do novo coronavírus voltem a atuar nas agências. Caso neguem o retorno, são ameaçados de demissão. A Comissão está cobrando que o banco público integre todos os trabalhadores aos protocolos para preservar a vida e a saúde dos empregados e da população.
O assunto foi tema da reunião da CEE nesta terça-feira (02) onde os dirigentes denunciaram a prática nos estados. “As chefias que seguirem essas orientações serão responsabilizadas em seus CPFs, além da responsabilização da gestão da Caixa”, afirmou o coordenador da Comissão, Dionisio Reis.
O assunto foi tratado também na reunião do Comando Nacional dos Bancários com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), desta terça-feira. “Nosso papel é proteger todos os trabalhadores do sistema financeiro. Não podemos aceitar que os profissionais que prestam serviço para os bancos não sigam os mesmos protocolos dos bancários. Isso coloca em risco todo o trabalho de proteção a saúde dos trabalhadores que temos feito desde o início da pandemia”, destacou Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.
Os protocolos de saúde e segurança contra a Covid-19 da Caixa, construídos com o apoio das entidades e movimento sindical, também são aplicados aos terceirizados. Segundo o protocolo 1, em casos confirmados ou suspeitos de Covid-19 nas agências, o trabalhador deve ser afastado imediatamente e adoção da quarentena por cinco dias. O protocolo 2, determina que a agência seja fechada para higienização por uma empresa contratada. A Caixa abandonou essas medidas para os terceirizados
A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) também condena o posicionamento da Caixa. Segundo o presidente da Federação, Sergio Takemoto, o cumprimento do protocolo é essencial para garantir a saúde de todos os trabalhadores e da população. “Os protocolos foram construídos com as demandas das entidades, ouvindo todos os trabalhadores. Tanto da Caixa, quanto dos terceirizados. Cumprir o protocolo é fundamental para a saúde de todos. Todos os empregados estão fazendo um trabalho maravilhoso, colocando em risco a saúde para cumprir o papel da Caixa de atender a população brasileira, principalmente os mais carentes”, ressaltou o presidente.
Fonte: Fenae