A Fenae repudia decisão da empresa de cobrar metas em plena pandemia, contrariando compromisso assumido
Para o presidente da Fenae, Sérgio Takemoto, é inacreditável que num momento em que os empregados estão sendo exemplo de dedicação, a direção da Caixa imponha metas de vendas de produtos e obrigue gerentes a trabalharem 12 horas por dia. “A meta da direção Caixa deveria ser preservar vidas dos empregados e da população”, afirmou ele, ao comentar a reunião virtual realizada pela empresa na tarde da última quarta-feira (3), em que a vice-presidência Rede de Varejo (Vired), em conjunto com a vice-presidência Varejo (Vimov), informou aos gerentes da Caixa as metas que devem ser alcançadas a partir de agora, em plena pandemia de coronavírus e em meio ao pagamento do Auxílio Emergencial.
A postura contraria compromissos firmados anteriormente. Em março, a direção da Caixa havia se comprometido a suspender a cobrança de metas durante a pandemia de coronavírus. Já no começo de abril, em documento, a vice-presidência de Varejo havia afirmado que “nenhuma unidade ou empregado terá impacto na sua carreira em razão dos resultados observados enquanto durar esta fase de confinamento”. Depois, no início de maio, havia comunicado a suspensão da GDP.
“Essa postura externada na videoconferência é um desrespeito ao diálogo e à negociação feita com a Contraf e a CEE. Se tratou das metas como se estivéssemos em situação de normalidade, e não em meio a uma pandemia que tira vidas e que reduziu a renda da população. A empresa desconsidera que sua meta deveria ser preservar vidas, pagar o Auxílio Emergencial e continuar oferecendo linhas de crédito às empresas”, afirmou Dionísio Siqueira, coordenador da CEE Caixa e diretor da Fenae. Ele salientou ainda que no caso do home office, é preciso também respeitar a jornada de trabalho do empregado. “Os empregados têm chegado às unidades às sete horas, auxiliam a população mesmo com toda a desorganização governamental e ainda terão que cumprir metas nessas condições?”, questionou.
A Fenae e Contraf-CUT irão cobrar da Caixa uma posição sobre a questão e exigir o respeito aos cuidados e à segurança dos seus empregados