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"Nós temos uma visão negativa das negociações”

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Já está se intensificando a Campanha Nacional 2015, visando conquistar melhorias nas condições de trabalho dos bancários. Nesta edição, conversamos com Emanuel Souza, presidente da Federação dos Bancários da Bahia e de Sergipe, sobre o cenário político-econômico enfrentado pela categoria e os rumos das mobilizações.

Como o senhor avalia as negativas dos direitos trabalhistas que vêm acontecendo, principalmente no setor bancário?

Nós continuamos em um cenário político econômico bastante confuso. Temos uma crise mundial na economia capitalista que atinge o Brasil de uma forma muito forte. Nessa conjuntura, surgem diariamente no Congresso medidas contra os trabalhadores. Destaco a discussão da terceirização que já está no Senado. Foi aprovada na Câmara a legitimação da terceirização, inclusive da atividade fim. Soube ontem que passou na comissão mista de orçamento o estatuto das estatais que força as empresas a se transformarem em S/A, ou seja, a luta que tivemos no início do ano pela CEF 100% pública volta a ser destaque. É nessa conjuntura que nós estamos construindo nossa Campanha Salarial.

Qual avaliação que a senhor faz da campanha Salarial 2015 a partir da primeira e da segunda rodada de negociações realizadas pela Fenaban. A partir dessa avaliação, quais devem ser os próximos passos da categoria?

Já tivemos três negociações. No início do mês onde discutimos saúde, segurança e condições de trabalho. E nessa última, concluída ontem, discutindo igualdade de oportunidades. Não é apenas rejeitando as reivindicações, mas tratando como algo superfulo, sem sequer tentar construir soluções alternativas. Por enquanto nós temos uma visão negativa das negociações. Estamos orientando a categoria a intensificar as mobilizações de forma a pressionar para que no dia 16 a Fenaban apresente uma proposta global, digna de ser apreciada pela categoria.

Vivemos um momento em que há greve de várias categorias de trabalhadores pelo país. Este não seria o momento de chamar um movimento unificado? O senhor acredita que uma greve geral pode fortalecer a luta desses trabalhadores?

Já existe uma movimentação nesse sentido. Há uma indicação para que no dia 21 as categorias que estão em Campanha Salarial façam atividades conjuntas. Em São Paulo está marcado um grande ato de bancários, petroleiros, químicos, entre outros que estão em Campanha. Neste contexto, semana passada foi inaugurada em Minas Gerais a Frente Brasil Popular1, que tem a participação dos movimentos sociais, centrais sindicais e partidos de esquerda. Esta frente popular está indicando o próximo dia 03 de outubro como o dia nacional em defesa da democracia e por mais direitos. Se propondo a ser uma alternativa de esquerda para a crise econômica que assola nosso país. 

 

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