Governo prorrogou por mais dois meses o pagamento, mas não estendeu a data para fazer o cadastro
O prazo para o cadastramento do auxílio emergencial termina nesta quinta-feira (2). Apesar de estender por mais dois meses o pagamento, a equipe econômica optou por não prorrogar a data para solicitar o benefício. A posição do governo é conflitante, já que, com o agravamento previsto para a crise, muitos trabalhadores ainda poderão precisar do auxílio. O país perdeu 7,8 milhões de postos de trabalho em três meses, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua) do trimestre encerrado em maio, e a previsão é que a economia apresente uma retração de 6,5% do PIB (Relatório Focus/Banco Central). Diante da situação, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) defende que a inscrição no cadastro para solicitar o auxílio emergencial seja estendido até que pandemia esteja controlada.
Para o presidente da Fenae, Sérgio Takemoto, o benefício é essencial para a população que está sofrendo com a falta de renda na pandemia, além de ser um recurso que impacta diretamente na economia, promovendo o consumo, mantendo a atividade econômica e sustentando o emprego. “Assim como foi prorrogado o pagamento, defendemos que seja prorrogado o cadastramento. O desemprego vai subir, a crise não vai acabar tão cedo e a população precisa desse auxílio para poder sobreviver”, afirmou Takemoto.
Segundo a Caixa, após a data final, o site e o aplicativo CAIXA|Auxílio Emergencial serão utilizados apenas para acompanhar o benefício ou o processamento do pedido. Todos os cadastros passarão pela análise da Dataprev, empresa responsável por fazer a averiguação dos dados, e se forem validados receberão todas as parcelas.
Na fila do auxílio emergencial
Prorrogado com o objetivo de aliviar a falta de renda durante a pandemia, o auxílio emergencial ainda não foi liberado para muitos brasileiros. Dados da Caixa mostram que 776,5 mil cadastros estão em reanalise, o Ministério da Cidadania diz que são 713,8 mil.
No entanto, cálculos da Rede Brasileira de Renda Básica, divulgados pelo jornal Estadão, mostram que oito milhões de trabalhadores aguardam o resultado de uma análise para receber o benefício, outros dois milhões estão esperando a reanálise.
Enquanto os trabalhadores na fila do benefício aguardam ansiosos, pessoas que não precisam se aproveitam da desorganização do governo e têm o seu pedido aprovado prontamente. De acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), foram feitos 620 mil pagamentos indevidos. As fraudes custaram aos cofres públicos R$ 427,3 milhões. Houve casos de aposentados, servidores e pessoas já falecidas com cadastros aprovados.
“Todas as fraudes devem ser apuradas com urgência. Essa indefinição causa mais sofrimento da população”, finalizou o presidente da Fenae.
Fonte: Fenae