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“É necessário estarmos todos unidos”

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Nesta edição conversamos com o presidente do SEEB/VCR, Paulo Barrocas, sobre os rumos da Campanha Salarial na base do Sindicato e a participação da categoria nas mobilizações.

Como o Sr. avalia as mesas de negociações realizadas com os bancos e com a Fenaban?
Até o momento as mesas de negociações realizadas foram péssimas. Os banqueiros se mostraram intransigentes às reivindicações dos bancários, não atendendo nenhum ponto de pauta. O reajuste proposto pela Fenaban também não chegou nem perto do reivindicado pela categoria, nem mesmo garantindo a cobertura do índice de inflação. Os 5,5% oferecidos não representam o objetivo dos bancários.

Qual sua opinião sobre o início da greve orientado pelo Comando Nacional para o dia 6 de outubro, mais de um mês após a data base?
A nossa categoria é a única organizada nacionalmente. O acordo coletivo vale tanto para o bancário do Rio Grande do Sul quanto para o bancário de Amazonas. A gente precisa, mais do que nunca, estar unido e forte para conseguir dos bancos o atendimento às reivindicações almejadas. Infelizmente, o Comando Nacional vem protelando o início da greve, e a gente acha isso ruim, porque a categoria já está mobilizada, com desejo de lutar por seus direitos, e entende que deveria ter sido antecipada esta greve. Porém, como somos organizados nacionalmente, seguimos a orientação do Comando, e decidimos o início da greve para o dia 6 para fortalecer o movimento nacional.

Como o Sr. acredita que devem estar organizadas as mobilizações tanto antes quanto a partir do início da greve?
É preciso um maior engajamento da categoria na luta dos bancários? Estamos vendo o governo retirando direitos dos trabalhadores com medidas provisórias, o Congresso Nacional votando projetos de lei totalmente contrários ao trabalhador, como o Projeto da Terceirização, e os bancos não querem atender às reivindicações dos bancários, nem mesmo dar o índice de reposição da inflação. Por isso, é necessário estarmos todos unidos para, no mínimo, garantir os direitos que conseguimos adquirir no passado.

Como deve ser a postura dos bancários diante das práticas antissindicais comuns aos bancos no período da greve?
Geralmente os bancos procuram de todas as formas intimidar os bancários que participam da greve. A gente orienta ao bancário que, qualquer prática que venha ferir o nosso direito de participar livremente da greve, seja através de telefonemas, pedidos para trabalhar mais cedo ou mais tarde, ameaças, entre outras que ele não achar corretas, devem ser denunciadas para que possamos tomar as providências necessárias. Já fizemos, desde o ano passado, uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho, para que as práticas antissindicais fossem coibidas. Todos os bancos foram notificados, e se for necessário procuraremos novamente o MPT.

Qual a importância da participação de toda a categoria nas assembleias e nas comissões de convencimento?
É importantíssima. Nas assembleias serão definidos os rumos da categoria, por isso não basta apenas dar opinião e fazer críticas nas redes sociais, mas vir também às assembleias é fundamental para tomarmos as melhores decisões em sintonia com os anseios da categoria. As comissões de convencimento são garantidas através do direito constitucional de fazer greve, por isso são tão importantes. Elas existem para que haja maior firmeza no movimento e dar maiores esclarecimentos sobre o que estamos reivindicando, para que a gente atinja os resultados almejados.

As opiniões expressas na entrevista não refletem, necessariamente, o posicionamento de toda a diretoria do SEEB/VCR.

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