Juliana Guimarães – CEF/GIHAB
A disputa pela continuação da greve foi acirrada, isto significa que e os bancários da Caixa estão sensibilizados com a causa da categoria e se manifestando contrários ao descaso e à exploração que vivemos. Os bancários da CEF recusaram as propostas por sentirem na pele, tanto quanto no banco privado, as questões relativas ao assédio moral e da sobrecarga de trabalho. Aos colegas que não participaram da greve, eu peço que no ano que vem mostrem a cara, sejam solidários com o movimento e com a categoria, pois a luta é pela de melhoria da condições de trabalho de todos.
Rodrigo Encaua – Bradesco/Vitória da Conquista
A Campanha começou forte, contundente. Infelizmente alguns colegas dos bancos privados sempre tem resistência devido ao medo de serem punidos. Entendo que, para os próximos anos, a categoria deve buscar mais. Não só inflação, não só salário, mas de outras formas como educação, por exemplo. O Bradesco não tem auxílio educação, seria uma vitória para a gente. Lamentavelmente, o Comando Nacional aceitou a proposta da Fenaban e vários bancários dos bancos privados decidiram por fim à essa greve, que eu acredito que poderíamos ganhar muito mais. Nós temos lutas históricas onde conseguimos grandes ganhos, mas infelizmente o medo faz com que algumas pessoas não façam parte do movimento. Para a Campanha 2016, considero que tem que haver uma adesão consciente.
Luciana Porto – BB/ Anagé
O movimento na nossa região poderia ter sido melhor em relação às comissões de convencimento nas portas dos bancos. A adesão, mesmo daqueles que optaram por não trabalhar e ficar em casa, é válida, mas quando a pessoa toma a decisão de vir para a porta fazer o piquete, mais forte fica o movimento e a população leva isso em conta. É bom sempre estar disposto a enfrentar esta luta, senão não há melhorias. Nossa classe não é como a de muitas outras profissões, que se reajustam de acordo com o salário mínimo. Nós, para termos um aumento real, temos que fazer greve e escutar as piadas e humilhações. A proposta foi uma vergonha, e o Comando orientou a aceitarmos como se fosse uma grande conquista. Infelizmente ainda ficamos à mercê de São Paulo, e o fato deles concordarem com as propostas desestimula e enfraquece o movimento. Mas o Sindicato aqui nos representa, é apartidário, e nada melhor do que isso para mostrar nossa independência.
Carlos Alberto Gonçalves – Itaú/Francisco Santos
A gente tinha uma expectativa totalmente diferente da mesa de negociação com o Comando. Esperávamos algo melhor, como o abono, além do reajuste. A categoria estava ansiosa, pois a base pensa uma coisa e o Comando define outra. É preciso ouvir e pensar a base, que queria que a greve continuasse. Mas, infelizmente, nós temos esse desencontro. Os colegas que não participaram este ano, que em 2016 eles participem, não atendam ligações dos bancos, nem façam acordo para trabalhar. É preciso vir às assembleias para definir os rumos do movimento. Eu acho que o Sindicato é muito aberto, pois o bancário pode vir, se expressar sem medo de falar e tomar as suas decisões livremente.
Paulo Anderson Rocha – BNB/Itapetinga
A greve foi forte e mostrou, com a rejeição das propostas dos bancos públicos e o aperto na votação dos bancos privados, que foi uma greve com boa adesão. Não tanto quanto a gente gostaria porque percebemos que muitos aproveitam o período de greve e usam como férias. Poucos colegas do BNB não participaram da Campanha, mas já foi um número significativo, pois os negócios e comitês continuaram sendo feitos nas agências. Isso acaba tornando a greve lucrativa para o banco, que não tem despesas e continuam realizando negócios. Somente quando uma agência para totalmente é que o banco passa a ver isso como um problema. Em relação aos pontos específicos discutidos pelo BNB com seus funcionários, muitas questões em que precisaríamos de uma definição do banco, como o ponto eletrônico, por exemplo, ficaram simplesmente para uma outra conversa posterior. Se conversa resolvesse, a gente já teria resolvido isso.