A Comissão de Gênero, Raça e Orientação Sexual (CGROS) da Contraf se reuniu, nesta quinta-feira (05), para debater o mês da Consciência Negra, comemora em novembro. O encontro, que teve a participação de diversas federações e sindicatos, marcou também a primeira reunião da Secretaria de Combate ao Racismo.
“É fundamental começarmos a nos organizar dentro da categoria, ainda mais em um mês tão importante para nós”, afirmou Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo. A primeira orientação da Secretaria é para que os sindicatos e federações organizarem seus coletivos de combate ao racismo.
A reunião também começou a organizar o III Fórum de Visibilidade Negra no Setor Financeiro, que será realizado nos dias 3 e 4 de dezembro, no Paraná. Para Almir, e importante para debater a questão da raça na categoria em cima dos resultados do II Censo da Diversidade. “De acordo com os dados divulgados, 24,3% bancários se declaram negros e pardos. Deste total, só 3,7% são pretos. Em relação a mulheres, a situação é ainda pior, a Fenaban omitiu a informação”, lembrou.
“Temos de analisar cuidadosamente esses números e pensar em ações para acabar com as diferenças salariais entre as raças, além de reverter a falta de pessoas negras em cargos de chefia”, completou o secretário de Combate ao Racismo.
Outra atividade discutida no encontro foi a participação da Contraf na 1º Marcha das Mulheres Negras, que acontecerá no dia 18 de novembro, em Brasília. O evento, que denunciará o racismo, a violência, o sexismo e o avanço das forças conservadoras que ameaçam a democracia, é uma estratégia das mulheres negras que buscam visibilizar suas lutas, além de denunciar todas as formas de violências provocadas pelo racismo.
A marcha vai reivindicar também o fim do genocídio da juventude negra, o fim das revistas vexatórias em presídios e as agressões contra as mulheres negras. “É importante debatermos o tema tanto com a categoria como a sociedade em geral. Pois, com os ataques da direita conservadora, o preconceito está cada vez mais latente. Nossa luta é pelos trabalhadores, mas precisamos de uma modificação na consciência da sociedade geral primeiramente”, garantiu.