A próxima terça-feira, 12 de janeiro, data em que a Caixa Econômica Federal vai completar 155 anos, será marcada por um grande ato em frente ao prédio Matriz I, em Brasília (DF). Na ocasião, das 11h30 às 13h, as centrais sindicais CUT, CTB, CSP-Conlutas e Intersindical, além de Contraf-CUT, Fenae, sindicatos de bancários e outras entidades representativas dos trabalhadores, vão protestar contra o processo de enfraquecimento do banco em curso.
“Nos últimos dez anos, a Caixa tem sido protagonista na execução de políticas públicas e, consequentemente, no crescimento econômico e social do país. No entanto, o que vemos hoje é uma realidade que lembra a década de 1990, quando se tentou diminuir a importância da empresa para privatiza-la. Não podemos retroceder. O banco surgiu em 1861 já com um importante papel social. O Brasil precisa de uma Caixa forte e a serviço da população, sobretudo dos mais humildes”, afirmou o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.
Hoje, uma das principais ameaças contra a instituição é o PLS 555/2015, que cria o Estatuto das Estatais. O projeto está em tramitação no Senado e determina que empresa pública e sociedade de economia mista serão constituídas sob a forma de sociedade anônima. Trata-se, portanto, de um risco para tantas outras estatais federais (Petrobras, BNDES, Correios, etc.), estaduais e municipais. “Graças à nossa mobilização, a proposta não foi votada no ano passado. Temos que intensificar essa pressão em 2016”, completou Jair.
Mais empregados e mais transparência
Aumentar o número de empregados é uma das formas de fortalecer a Caixa. Em 2015, quando o banco completou 154 anos, o total era de pouco mais de 100 mil trabalhadores. Agora são menos de 98 mil, já que cerca de 3 mil saíram no Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA) que foi realizado entre fevereiro e abril. “Enquanto 30 mil aprovados no concurso de 2014 aguardam convocação, empregados e clientes sofrem no dia a dia das agências. É inamissível que a direção da empresa não reponha sequer esses que se aposentaram”, disse Fabiana Matheus, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa).
Ainda de acordo com Fabiana Matheus, que também é diretora de Administração e Finanças da Fenae, falta transparência na gestão da Caixa. “O banco tem nos desrespeitado nas negociações e descumprido cláusulas dos Acordos Coletivos de Trabalho. Também tem reestruturado áreas sem nenhum debate com as entidades e os trabalhadores. O enfraquecimento da empresa não interessa aos brasileiros, e é por isso que temos que lutar todos os dias contra isso”, destacou.