Nesta sexta-feira (29), os funcionários do Banco do Brasil com atuação em Vitória da Conquista, Itapetinga, Poções, Barra da Estiva, Anagé, Ibicuí, Iguaí, Itambé, Itarantim, Ituaçu, Livramento de Nossa Senhora, Nova Canaã, Paramirim, Rio de Contas, Tanhaçu e outras cidades da região paralisaram as suas atividades em protesto contra a reestruturação anunciada pela direção do banco. O ato fez parte de uma mobilização nacional e promoveu o esclarecimento da população sobre o projeto de sucateamento imposto ao BB.
Com aval do governo federal, foi anunciado no último dia 11 a previsão de demissão de 5 mil funcionários, a desativação de 361 unidades, transferências compulsórias e extinção de funções, como a de caixa. “É um ataque muito grande a um banco com mais de 200 anos de história, que impulsiona a economia, o crédito rural e que em muitos locais do país é a única agência para atender a população. O projeto prejudica os bancários, mas o prejuízo maior é para toda a sociedade e para o patrimônio público”, afirma Camila Gomes, bancária do BB/Olívia Flores.
Na região serão fechadas as agências de Abaíra, Encruzilhada e Tremedal. A desativação de unidades em cidades pequenas tem um forte impacto social, causando a estagnação econômica e fim de muitos negócios locais, além de dificultar o acesso de aposentados e demais usuários dos serviços.
O processo de desmonte do BB não se justifica, tendo em vista que o banco sempre figura como um dos mais lucrativos do Brasil. Somente nos três primeiros trimestres de 2019, o banco lucrou mais de R$ 10 bilhões.
O esvaziamento do BB e o enfraquecimento de sua atuação em áreas chave de negócios comprometem sua solidez e seu papel de banco público, sobretudo, nesta conjuntura de estagnação econômica e de desafios para a retomada do desenvolvimento. “Neste momento tão dramático, é inconcebível que esse banco seja roubado do povo brasileiro. Não podemos permitir que um banco que trouxe e traz desenvolvimento seja entregue por mixaria para o bem das entidades privadas”, Saulo Santana, bancário do BB/Vitória da Conquista.
Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região a paralisação de hoje demonstra a força da organização da categoria. “Essa mobilização nacional demonstra o empenho da categoria em defender o Banco do Brasil como patrimônio público fundamental para o desenvolvimento do nosso país. De norte a sul do país, os funcionários deixam claro que não aceitam a política de desmonte a que o banco vem sendo submetido, ainda mais porque o fechamento de agências, o desligamento de funcionários, a extinção da função de caixa executivo e a transferência forçada de funcionários vão prejudicar a população, os clientes e os municípios atingidos com a perda de agências”, considera Leonardo Viana, presidente do Sindicato.