Conversamos com o diretor da Contraf e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança, Gustavo Tabatinga Júnior, sobre o a falta de segurança nas agências bancárias. Confira.
Como o Sr. avalia o crescimento dos ataques a bancos nos últimos anos? É de pesar, infelizmente. Mesmo os bancos tento declarado que aumentam os gastos em segurança, ainda avaliamos que estes gastos são muito pequenos ante ao exorbitante lucro que eles auferem. Importante, também, ressaltar que os bancos públicos respondem por quase a metade dos investimentos em segurança bancária. Aliado à necessidade de mais investimento privado, temos observados que a segurança pública, principalmente em pequenas cidades, tem deixado muito a desejar, com pouquíssimo efetivo e viaturas, várias agências bancárias estão completamente expostas a insegurança.
O que as instituições financeiras devem fazer para reduzir os casos de violência à bancários e clientes? Primeiramente, elas devem mudar o foco de sua segurança privada. Tem que colocar a vida das pessoas em primeiro lugar. Hoje os bancos gastam mais para guardar bem o dinheiro do que para proteger a vida dos trabalhadores e clientes. Esse é o verdadeiro fator de mudança. Costumo dizer que banco tem cofre, não tem coração! As instituições precisam perceber que o maior patrimônio que eles têm são os trabalhadores e seus clientes, ou seja, as pessoas.
Qual o papel dos governos Federal, Estadual e Municipal na prevenção deste tipo de investida? Hoje o ente estadual, por ser o responsável direto pela segurança pública, é o que tem sido mais cobrado e o que efetivamente mais pode investir e realizar esforços para reduzir as estatísticas alarmantes de ataques a bancos. É necessário que nas polícias Militar e Civil sejam criados grupos especializados em combate à crimes contra instituições financeiras, atuando com maior afinco na inteligência para poder desarticular as quadrilhas. Mas o governo federal, através da Polícia Federal, tem que sistematizar a troca de informações entre as diversas polícias para que haja uma coordenação nacional no combate s crimes contra bancos. Contudo, na minha opinião, quem melhor pode contribuir mesmo são os municípios. A Contraf-CUT disponibiliza modelo de projeto de Lei Municipal de Segurança Bancária, que pode obrigar as agências a instalarem os diversos itens para dar mais segurança a vida das pessoas, pois cabe aos municípios legislar sobre a instalação física das agências.
Quais são as propostas do Coletivo Nacional de Segurança para solucionar o problema da segurança bancária? Entre as muitas propostas, destaco a instalação de portas giratórias no primeiro acesso das agências, biombos entre a fila e os guichês de caixas, aumento da quantidade de vigilantes, instalação de fachadas de vidros blindados, câmeras de vigilância com monitoramento externo em tempo real e abertura remota das agências.
As opiniões expressas na entrevista não refletem, necessariamente, o posicionamento de toda a diretoria do SEEB/VCR.