Nesta terça-feira (11), as bancárias e bancários da Caixa Econômica Federal de todo país realizam o Dia de Luto e Luta. A orientação é para os funcionários vestirem preto e mostrarem a sua indignação contra tantas mortes evitáveis. Às 10h, o movimento sindical fará uma manifestação virtual com as hashtags #EmpregadosCaixaEmLuto #LutoPelasVítimas #SomosMaisQueNúmeros #VacinaJá.
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A mobilização tem o objetivo de lembrar dos mais de 422 mil brasileiros mortos pela Covid-19 e cobrar uma maior celeridade na vacinação. O ato acontece em meio à CPI da Pandemia, que está apurando a responsabilidade do governo federal na demora da imunização da população, já que a gestão Bolsonaro inicialmente recusou, em 2020, ofertas de vacinas da Pfizer, do Instituto Butantan e do consórcio Covax Facility. Além disso, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admitiu que o número de vacinas contratadas foi bem menor do que o divulgado pelo governo: 130 milhões a menos.
A manifestação nacional também cobra a inclusão dos bancários entre as categorias prioritárias do Programa Nacional de Imunização, tendo em vista que o serviço bancário foi considerado essencial e não deixou de prestar atendimento presencial neste período.
Os funcionários da Caixa são fundamentais para a população e para a economia, pois conseguiram realizar o pagamento do Auxílio Emergencial – atendendo 65 milhões de beneficiários -, além de manter o fornecimento do FGTS, das pensões, do Bolsa Família e demais programas federais.
A vacinação é fundamental, não somente para a proteção dos trabalhadores bancários e seus familiares, mas também de toda sociedade. Pois a categoria pode se tornar vetor do vírus e o ambiente fechado das agências favorece a disseminação.
Contra o desmonte da Caixa
Outro ponto denunciado pelos bancários é a abertura de capital da Caixa Seguridade e a devolução dos Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCD), que possuem objetivos comuns: são ações orquestradas pelo governo e pela direção do banco para privatizar a Caixa e esvaziar sua capacidade de manter as políticas públicas e investir no desenvolvimento do país.
Além de ataques diretos à instituição financeira, a direção do banco também penaliza os seus funcionários com a sobrecarga de trabalho. O déficit gerado pelos inúmeros programas de demissão voluntária já chega a 20 mil empregados a menos na empresa.
Para piorar, a direção do banco público ainda efetuou o pagamento da PLR Social em um valor menor do que o acordado. O Acordo Coletivo de Trabalho firmado com os bancários na Campanha Nacional determina o percentual de 4% como base do pagamento. Ao invés disso, o banco está fazendo com 3% do lucro líquido contábil.
“São sucessivos ataques que o governo Bolsonaro vem promovendo contra a Caixa Econômica Federal para enfraquecê-la e diminuir a sua participação no mercado financeiro. Por isso os funcionários da Caixa seguem mobilizados na luta contra essa política de sucateamento do banco e também pelo cumprimento dos Acordos Coletivos firmados com a categoria. Gostaria de convidar todos os bancários e bancárias da CEF para vestirem preto nesta terça feira (11), em luto pelas mais de 422 mil vidas perdidas nessa pandemia e também em sinal de luta contra toda a política nefasta do governo contra o banco e seus funcionários”, afirma Leonardo Viana, presidente do Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região.