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Polícia Federal detém grupo por fraude contra CEF

Uma operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) em Alagoas desarticulou um grupo de criminosos suspeito de fraude contra a Caixa Econômica Federal que deu prejuízo de R$ 220 milhões a instituição. Vinte pessoas suspeitas de envolvimento no esquema foram conduzidas, na manhã desta quinta-feira (28), para a sede da PF, em Jaraguá.

A operação, denominada Cabala, conta com cerca de 200 policiais federais de Alagoas, Pernambuco, Bahia, Sergipe, Paraíba e Rio Grande do Norte. Eles cumprem 27 mandados de busca e apreensão, 27 de sequestro, com inquirição de 4 pessoas suspeitas de envolvimento nas fraudes.

Segundo as investigações, os envolvidos construíram quase duas mil casas no município de Teotônio Vilela e as venderam, utilizando-se do subsídio oferecido pelo programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. Os donos de construtoras ofereciam dinheiro para que as pessoas comprassem as casas, fazendo incluir essa vantagem indevida no valor real destes imóveis.

Estão sendo conduzidos para prestar depoimento na sede da PF cinco empregados da Caixa, onze empresários donos de construtoras e quatro contadores. Os suspeitos estão sendo indiciados pelos crimes de quadrilha, falsidade ideológica, uso de documento falso, corrupção ativa, corrupção passiva e estelionato qualificado.

Os veículos dos envolvidos estão sendo apreendidos, segundo a Polícia federal, visando a posterior alienação e, por conseguinte, com o dinheiro obtido, ser possível amenizar o prejuízo sofrido pela Caixa.

Há indícios de que os empregados da Caixa tenham liberado os financiamentos imobiliários mediante o recebimento de vantagem indevida, já que alguns dos compradores não preenchem os requisitos para a aquisição, tal como estarem desempregados quando se dá a assinatura do contrato.

Os contadores, a pedido dos construtores, teriam confeccionado Declarações de Comprovantes de Rendas (DECORE’s) falsos com o objetivo de burlar as exigências da instituição bancária e, desta maneira, conseguir a liberação dos financiamentos.

Segundo a PF, os mutuários, compradores das casas, não teriam renda suficiente para conseguir os financiamentos imobiliários, e só aceitaram comprar as casas, porque lhes foi prometida uma vantagem financeira, valores de R$ 1 mil a R$ 3 mil, para a compra das casas construídas.

Um conjunto residencial inteiro, no município de Teotônio Vilela, foi depredado pelos compradores, em razão de os vendedores não terem entregue o dinheiro prometido para compra destes imóveis.

A PF informou que próximo passo da Operação Cabala é ouvir os funcionários da prefeitura daquele município e responsáveis pela concessão das licenças de construção e “habite-se”, uma vez que há uma proximidade de datas entre elas não compatível com o prazo necessário para a construção de uma casa.

Também serão ouvidos os engenheiros responsáveis pela avaliação dos imóveis, tendo em vista que há indícios de que eles tenham avaliado os imóveis sem que eles estivessem construídos.

 

Fonte: G1

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