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SEEB/VCR lança campanha “Mais Bancárias e Bancários, Menos Filas”

Demissões e fechamento de agências deixam milhares clientes esperando por horas nas filas dos bancos

As longas filas para o atendimento nas agências revelam o descaso dos bancos com clientes e categoria bancária. Sendo um dos setores mais lucrativos, mesmo durante a crise econômica enfrentada no país, os banqueiros seguem demitindo e fechando agências. Para denunciar essa situação, o Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região lança a campanha Mais Bancárias e Bancários, Menos Filas. Além da divulgação de materiais da campanha nas cidades da base territorial, a diretoria também realizará mobilizações em frente às agências.

Apesar do número de pobres ter crescido de 9,5 milhões para 27 milhões em menos de um ano, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), os bancos lucraram R$ 62 bilhões, no primeiro semestre deste ano, uma alta de 53% em relação ao mesmo período de 2020.

Entretanto, durante a pandemia, 12 mil bancários foram demitidos e 2.080 agências foram fechadas em todo o país. Hoje, 384 municípios não possuem agência, pontos de atendimento presencial ou ao menos um caixa eletrônico, segundo informações do Banco Central (BC). Tudo isso traz sérios problemas para a população, principalmente para quem vive com baixa renda e não dispõe de acesso à internet.

Na base do SEEB/VCR, nove agências foram fechadas nos últimos quatro anos. Além disso, 355 trabalhadoras e trabalhadores foram demitidos e, com isso, usuários cada vez mais desassistidos, precisando encarar filas e mais filas para acessar um serviço considerado essencial. Os campeões em demissões são Bradesco e Banco do Brasil, que mesmo sendo um banco público tem promovido Planos de Demissão Voluntária, sem realizar concurso para ocupar os postos de trabalho.

 

Justiça condena bancos por demissões

Os bancos privados têm respondido a ações na justiça devido ao descumprimento do compromisso público de não demitir funcionários durante a pandemia. Somente o Bradesco é responsável por 60% das demissões em 12 meses. Já o Santander demitiu 3.220 trabalhadores e está recorrendo da decisão judicial que o obriga a pagar R$50 milhões, por descumprir o acordo de não demitir. O valor da indenização deve ir para o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, que tem como objetivo reparar danos à sociedade e defender interesses coletivos.

Para Leonardo Viana, presidente do SEEB/VCR, mais do que nunca é preciso fortalecer a luta pelos direitos dos bancários e clientes, tão atacados mesmo em meio à uma crise sanitária mundial e lucros exorbitantes dos seus patrões. “A quantidade de demissões e fechamento de agências promovidas pelos bancos durante a pandemia revela a face mais cruel e desumana do setor mais rico do país. O aumento exorbitante dos lucros a cada balanço divulgado, são tão altos quanto o número de demissões de bancárias e bancários. Isso prejudica tanto os trabalhadores, que vêm adoecendo com o acúmulo de demandas e a pressão pelo atingimento de metas com menos pessoas, quanto os clientes, que precisam esperar horas em filas por não ter funcionários para atender nas agências, mesmo pagando altas taxas bancárias todo mês. Os bancos precisam contratar mais funcionários para criar um ambiente de trabalho mais saudável e fornecer um atendimento mais digno aos seus clientes, pois condições financeiras não faltam para isso. Não aceitaremos essa situação. Mais bancárias e bancários, menos filas!”, avalia.

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