Itaú Unibanco, Bradesco e Santander, são os três maiores bancos privados do país, e juntos lucraram R$ 18,1 bilhões no primeiro trimestre de 2022. Somando estas instituições financeiras privadas mais o Banco do Brasil, que apesar de ser público, tem o capital aberto, fecharam 1.007 agências entre março de 2021 e março deste ano, apostando no atendimento virtual, principalmente pelo celular. E o resultado é a piora dos serviços aos clientes nas agências.
Vitória da Conquista possui mais de 340 mil habitantes, e dispõe de 8 bancos, com apenas 18 agências. E nos últimos três anos, 3 agências foram fechadas, uma do Banco Itaú e duas do Banco Bradesco.
Com o fechamento das agências, diversos problemas são gerados, tanto para os clientes, como para os bancários. As filas e sobrecarga de trabalho são as maiores reclamações, como afirma o secretário geral do Sindicado dos Bancários de Vitória da Conquista e Região, Paulo Barrocas “os serviços bancários são um direito do cidadão, que têm que ser garantido a todos, mas as instituições financeiras insistem em desrespeitar. Em relação a nossa categoria, estamos sofrendo com o acúmulo de trabalho, metas abusivas e inalcançáveis. Além dessas péssimas condições, vem o adoecimento e afastamento do trabalho. Mas quem também sofre com isso é a população, com fechamento de agências, há uma diminuição de agências disponíveis e como consequência, há um enorme aumento nas filas.” Barrocas ainda faz um questionamento “Onde vamos parar com esse total desrespeito por parte dos bancos? ”, conclui.
O Sindicato os Bancários de Vitória da Conquista e Região realizou protestos contra o fechamento das agências e demissões no município, afim defender a categoria e denunciar o problema para a sociedade.
Além do fechamento das agências, um outro problema enfrentado pela categoria são as demissões. No período de 2019 a 2021 (dois anos), 111 demissões foram realizadas no município de Vitória da Conquista. Sarah Sodré, diretora de assuntos jurídicos SEEB/VCR explica que as demissões acontecem pela política de exploração das entidades financeiras. “Observa-se que os bancos focam no atendimento preferencial dos grandes clientes, daqueles com maiores movimentação financeira, em detrimento dos usuários não correntistas, dos pensionistas do INSS e todo aquele que eventualmente precise utilizar serviços bancários. Apesar do Sindicato ter conseguido reverter algumas demissões, a busca incessante pela lucratividade dos banqueiros explora a categoria bancária que está a cada dia mais reduzida e adoecida, e maltrata e ignora a população que depende dos serviços bancários”, explica.