Nesta terça-feira (5), o Sindicato de Vitória da Conquista e Região promoveu uma mobilização, na agência da Caixa Econômica Federal da Praça Barão do Rio Branco, para pedir um basta em todas as formas de assédio.
Além das bancárias e bancários, a manifestação contou com a participação de representantes da APLB Sindicato, do Levante Popular da Juventude e do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD).
O ato fez parte do Dia Nacional de Luta, realizado simultaneamente em todo país para denunciar os casos de assédio sexual e moral envolvendo o ex-presidente da CEF, Pedro Guimarães, conforme divulgado na última semana pela imprensa. “Estamos aqui em solidariedade às funcionárias da Caixa Econômica Federal e denunciando o patriarcado,
esse sistema de violência onde as mulheres sofrem todos os dias. É importante denunciar. Muitas vezes as mulheres são silenciadas, são desrespeitadas, porque expõem. Mas somente dessa forma poderemos mudar a sociedade, pois cada vez que as mulheres avançam, o machismo retrocede”, considera Aline Dourado, militante do Levante Popular.
As vítimas relataram que Guimarães utilizava de seu cargo para poder coagi-las, além de realizar toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites incompatíveis com a relação de trabalho.
“Nosso objetivo é protestar contra toda prática do machismo, do abuso e da importunação sexual. Quero parabenizar e fortalecer essas mulheres que tiveram a coragem de vir a público denunciar os seus violentadores, pois sabemos que não é fácil denunciar o presidente de uma instituição como a Caixa. Casos como estes precisam ser publicizados e punidos, para que a justiça seja feita”, afirma Iranilde Marinho, dirigente do MTD.
A diretora de Assuntos Jurídicos do Sindicato considera que as instituições financeiras ainda são condescendentes e falham em punir os abusadores. “Os assédios moral e sexual são uma infeliz realidade na categoria. Os temas são sempre discutidos quando das negociações coletivas, mas sabemos que pouca ou nenhuma medida é efetivamente tomada por parte dos bancos, que fecham os olhos e acobertam os assediadores, para não ferir a imagem da empresa. As vítimas são silenciadas e muitas vezes perseguidas, o que acarreta um grave índice de adoecimento entre as trabalhadoras. Denúncias são necessárias para que tais atitudes sejam reprimidas e a vítima seja assistida. O sindicato faz parte desse canal de denúncias e o nosso setor jurídico está à disposição para buscar a proteção das colegas bancárias”, conclui.