A categoria bancária é uma das mais organizadas do Brasil. A realização de uma campanha unificada resulta em uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que garante direitos iguais para trabalhadores de bancos em todos os cantos do país, façanha única na classe trabalhadora brasileira. Esta unidade é essencial para as conquistas da categoria, que vieram após muita luta.
A jornada de trabalho de 6 horas, por exemplo, foi conquistada em 1933, após uma grande greve dos bancários. Antes, os trabalhadores do setor trabalhavam até 12 horas diárias, incluindo os sábados. O fim do trabalho aos sábados só veio em 29 anos depois, em 1962, novamente após uma greve.
Estas são duas das conquistas mais ameaçadas nos últimos anos, tendo atualmente um Projeto de Lei tramitando na Câmara de Deputados, autorizando o funcionamento das agências nos finais de semana. Só no atual governo, a proposta já foi inserida em duas medidas provisórias e outros tantos projetos, que só não foram aprovados, devido à articulação e pressão do movimento sindical. A luta pela jornada e o descanso aos sábados vai continuar, pois o a votação do PL foi adiada para depois das eleições.
A campanha nacional 2022 já está em curso e o Comando Nacional dos Bancários vai buscar um acordo com os bancos, para garantir o descanso aos finais de semana para a categoria, deixando o trabalho aos finais de semana para situações pontuais e excepcionais, como os feirões de imóveis da Caixa, por exemplo, sempre com negociação com os sindicatos.
Este é um exemplo de como nenhum direito está totalmente garantido, mesmo após muito tempo assegurado. Só a luta e a mobilização da categoria podem impedir retrocessos e manter as conquistas da CCT.
Fonte: FEEB/BA-SE.