Resultado de uma postura de patrões que desrespeitam os direitos trabalhistas, mais da metade (53%) das greves deflagradas no primeiro semestre deste ano foram relacionadas ao descumprimento de direitos, como atraso no pagamento de salários, férias ou 13º. Os itens de caráter defensivo, em defesa de direitos, estavam na pauta de 80% das 663 paralisações.
Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), houve um aumento de 76% no índice de paralisações quando comparado a igual período de 2021. O número de greves só não é maior do que a do primeiro semestre de 2018, quando aconteceram 901. No entanto, as horas paradas quase dobraram, chegaram a 37 mil.
Questões salariais como reajuste (48%) e pagamento do piso (31%) foram os principais motivos para as greves. Já os itens relacionados à alimentação (tíquetes, cestas básicas) estiveram presentes em 19%, o pagamento de vencimentos em atraso (salários, férias, 13º) representou 16% das paralisações.
Do total de greves, 438 (66%) foram de trabalhadores no setor público. Além disso, as greves “de advertência” representaram 45% do total (setores público e privado), enquanto 53% foram por tempo indeterminado. Os movimentos envolvendo categorias profissionais inteiras predominaram, com 60% dos casos, e outros 40% foram em empresas ou unidades do funcionalismo.
Fonte: SBBA.