O presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, disse hoje (27) que os bancos públicos não vão liderar um movimento de queda de juros, informou a Agência Brasil. Na semana passada, o governo Temer falou em meta de redução dos juros do cartão de crédito – cujo rotativo chegou a 482% ao ano – a partir de março. A postura é diferente da verificada, por exemplo, em 2009, quando os bancos públicos tomaram a dianteira na redução de juros para o consumidor final, seguido o corte na taxa básica de juros (Selic). O setor privado não acompanhou o movimento de baixa.
De acordo com Caffarelli, a estratégia do BB para o próximo ano é de recuperar a lucratividade de sua carteira de crédito. Ele afirmou que um dos principais obstáculos do banco em esforço para manter um nível de capital adequado para suas operações se deve à sua carteira de crédito menos lucrativa, decorrente da política anterior, “que se mostrou infrutífera” em forçar uma redução dos juros no mercado.
"Essa redução (de juros) se dará de forma sustentada. Os bancos públicos e privados têm conversado com o governo, e as medidas anunciadas pela equipe econômica vão auxiliar nisso", afirmou o presidente do BB durante café da manhã com jornalistas. Ele disse esperar que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduza a taxa básica em sua primeira reunião de 2017, marcada para 10 e 11 de janeiro. Na última reunião de 2016, o Copom fez a segunda redução seguida – depois de quatro anos em movimento de alta –, levando a Selic a 13,75% ao ano.
Caffarelli negou que o BB planeje a venda de ativos. Segundo ele, os esforços se concentrarão na redução de custos de captação, na reestruturação de processos e no corte em gastos de operação. “A rentabilidade de ativos vendidos hoje faz falta depois”, afirmou. Até o fim do ano, o banco terá menos 9.400 funcionários, que aderiram a um programa de demissões voluntárias.
Fonte: Rede Brasil Atual com informações da Agência Brasil