O dia 8 de março representa a luta histórica contra todo tipo de opressão praticada em razão do gênero. A celebração do Dia Internacional das Mulheres é uma oportunidade de debater de forma ampla os reflexos nefastos do machismo em nossa sociedade e os limites impostos pela conjuntura política e as estruturas patriarcais.
Dados divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apontam que as mulheres ainda são minoria na força de trabalho, mas maioria entre os desempregados. Também têm maiores taxas de subocupação e de desalento, e ganham, em média, 21% a menos do que os homens.
A maioria dos domicílios no Brasil é chefiada por mulheres: dos 75 milhões de lares, 50,8% tinham liderança feminina, o que correspondente a 38,1 milhões de famílias. Contudo, em média o gênero feminino ainda recebe salários 21% menores que os homens. E o recorte piora quando considerado o valor pago pelo trabalho das mulheres negras.
A população feminina também é a mais afetada por falta de moradias adequadas e custo excessivo do aluguel. Segundo a pesquisa da Fundação João Pinheiro (FJP), com base em números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mulheres compõem 60% do déficit habitacional do país.
Outro grave problema é a violência de gênero. Durante o governo Bolsonaro, o orçamento para combater este tipo de crime encolheu: o volume executado ficou abaixo de 30% do orçamento previsto no então Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Os dados integram um levantamento feito pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc).
Em 2022, segundo o boletim Elas Vivem: dados que não se calam, organizado pela Rede de Observatórios da Segurança, 2.423 mulheres sofreram algum tipo de violência, apenas nos sete estados estudados. O número corresponde a uma ocorrência a cada quatro horas. Em relação aos feminicídios, foram 495 relatados. Ou seja, mais de uma mulher foi morta por dia devido a sua condição de gênero.
Para debater tais problemas da nossa sociedade, *o Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região realiza hoje (8), às 19h, na sede da entidade, o evento “Não vão nos silenciar!: Contra o machismo estrutural e o assédio no ambiente de trabalho”.* O encontro conta com palestras da historiadora e professora da Uesb, Márcia Lemos, e da jornalista e servidora do SSP/BA, Lays Macedo. Na oportunidade, ainda ocorre um espaço de integração com apresentação musical de Narjara Paiva e será servido um coquetel.
Logo pela manhã, o Fórum de Mulheres de Vitória da Conquista participa da Sessão Especial da Câmara de Vereadores, às 9h, e depois segue para um ato na Praça Barão do Rio Branco. Participe!