A 25º Conferência Nacional dos Bancários, que aconteceu nos dias 4, 5 e 6 de agosto em São Paulo, trouxe a tona debates acerca de temas importantes para os trabalhadores e trabalhadoras do ramo financeiro. Sob o tema “Brasil democrático sempre”, assuntos como a regulamentação digital, a reforma tributária e a transformação no mercado de trabalho foram argumentados e refletidos pelos palestrantes. Representando a base, participaram como delegados eleitos Leonardo Viana e Sarah Sodré, e como observadores, os diretores Alberto Rocha, Carlos Alberto Gonçalves, Jornan Almeida, Paulo Barrocas.
A respeito das mesas, a Vice-Presidente do SEEB/VCR, Sarah Sodré, traz considerações sobre os temas debatidos durante esse final de semana, na necessidade da regulamentação da inteligência artificial e nas constantes transformações do mercardo de trabalho:”A Conferência Nacional dos bancários possibilitou fazermos um debate acerca de temas relevantes para a sociedade e temas que impactam sobremaneira a realidade da categoria bancária. Com receio e preocupação, observamos os números apresentados pelo DIEESE sobre as transformações do mercado de trabalho e a organização do ramo financeiro. Pudemos constatar os efeitos devastadores da terceirização pós reforma trabalhista com a redução significativa de bancários, principalmente na função de caixa e de agências. Debatemos sobre regulamentação das plataformas digitais e os impactos da inteligência artificial para a rotina bancária. Sentimos falta de mesas sobre os temas de saúde, assédio e combate às metas abusivas. O Congresso teve temática reduzida e não houve encontros específicos por bancos, o que dificultou uma maior mobilização e consequente organização para os enfrentamentos.”
Para Jornan Almeida, o evento é de grande importância na promoção de debate entre os trabalhadores e trabalhadoras. Portanto, a retirada das reuniões por banco prejudicou a possibilidade dos colegas, pertencentes à mesma instituição, de discutirem os tópicos de organização e enfrentamento nas empresas onde atuam: “São mais de trinta anos de assinaturas de acordos, uma das poucas categorias que tem acordo válido para todo território nacional, se mantendo organizado por todos esses anos. O congresso evidencia um grande poder de mobilização, organização e união, buscando a cada ano se adequar as mudanças. Nesse contexto, em minha opinião, o atributo negativo desse congresso foi a retirada dos encontros por banco este ano, dessa forma, diminuindo o debate mais aprofundado e suas especificidades, tendo como consequência, a diminuição da oportunidade de formação de novos bancários engajados na luta sindical, um ponto de grande valia, que foi derrotado em plenária. Entretanto, parabenizo a categoria por seguir firme e organizada na luta por melhores condições de trabalho e saúde!”