Mais lucros, menos empregos. Este parece ser o lema dos bancos no Brasil. Enquanto a soma do lucro de quatros das maiores instituições financeiras que atuam no país – Itaú, Banco do Brasil, Bradesco e Santander – somaram R$ 72, 936 bilhões nos primeiros nove meses do ano, o setor fechou 5.602 postos de trabalho no mesmo período.
Segundo estudo do Dieese, com base no Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), setembro é o décimo segundo mês consecutivo com redução de vagas. No mês foram 196 empregos a menos, somando 5.602 em 2023. No acumulado de 12 meses, esse número chega a 6.163 postos de trabalho fechados.
Os bancos múltiplos com carteira comercial – maior parte dos bancos privados – são responsáveis pela maioria do fechamento de vagas (saldo negativo de 406 vagas no mês, 5.903 no ano e 6.235 em 12 meses). Assim, a abertura de empregos criados pela Caixa – saldo positivo de 179 vagas no mês, 722 vagas no ano e 1.006 vagas em 12 meses – não foi suficiente para reverter o saldo negativo no setor bancário.
Além de eliminar vagas, os bancos se utilizam também da rotatividade para reduzir os custos com o pessoal, demitindo os bancários mais experientes e com salários maiores, para contratar outro mais jovem e ganhando menos. Com isso, o salário mensal médio do bancário admitido em agosto alcançou o valor de R$ 5.701,19, enquanto o do desligado foi de R$ 7.507,78. Isto é, o salário médio do admitido correspondeu a apenas 72,94% do desligado.
Os bancários sofrem duplamente com essa política: alguns ficam desempregados e os que permanecem nos bancos sofrem com a sobrecarga de trabalho. O resultado é o adoecimento físico e mental cada vez maior na categoria. Os clientes também pagam caro por isso, tendo que percorrer distâncias cada vez maiores para conseguir atendimento em agências lotadas e com um número reduzido de funcionários.
Fonte: FEEB/BA-SE.