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A chave para a justiça social

Recente estudo encomendado pelo G20 mostrou que um imposto global de apenas 2% sobre fortunas acima de US$ 1 bilhão arrecadaria o equivalente a R$ 1,3 trilhão por ano. Só no Brasil, isto representaria uma entrada anual de R$ 260 bilhões aos cofres públicos. Com o valor, seria possível dobrar o orçamento da educação.

Enquanto o trabalhador paga imposto até no pão, os bilionários brasileiros escapam quase ilesos. A maioria declara menos de 0,6% da fortuna. Isto porque as riquezas estão escondidas em ativos que não sofrem correção de valor, como ações, imóveis e participações societárias em empresas.

Nem mesmo os dividendos, que representam bilhões distribuídos anualmente, são tributados. O resultado é um sistema feito para manter os ricos intocados e jogar a conta nos ombros de todo restante. A desigualdade não é um acidente, mas projeto de poder das elites.

O Brasil tem atualmente 50 bilionários com mais de US$ 1 bilhão. Segundo o estudo, o pequeno grupo representa metade da elite latino-americana que seria impactada pelos novos impostos. Uma taxação progressiva, com alíquotas que variam de 1,7% a 3,5%, renderia mais do que qualquer reforma administrativa jamais cogitada. É dinheiro suficiente para garantir investimentos públicos de longo prazo, criar empregos, enfrentar o colapso climático e devolver à política fiscal um mínimo de justiça.

Esta é a disputa real do nosso tempo: ou o governo retoma o controle das riquezas escondidas nos paraísos fiscais, ou o país continuará refém de uma elite escravocrata que lucra com a miséria alheia. Cobrar imposto de quem concentra o poder econômico é um passo urgente para reequilibrar a democracia.

Fonte: Sindicato dos Bancários da Bahia

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