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A busca por unidade foi a grande marca da gestão de Hermelino Neto

A nova direção da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe tomou posse neste sábado (11/01), encerrando assim o ciclo de sete anos de Hermelino Meira Neto na presidência da entidade. Ele assumiu em janeiro de 2018, logo após a aprovação da reforma trabalhista e foi reeleito em novembro de 2020, em plena pandemia da Covid-19. Foram muitos os desafios neste período, mas ele pautou sua atuação sempre pela construção da unidade com os 13 sindicatos filiados e pelo fortalecimento da Federação em âmbito nacional.

Confira na entrevista a seguir mais detalhes sobre a gestão de Neto com presidente da Feebbase.

Na sua opinião, quais os maiores desafios enfrentados nestes 7 anos como presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe?

Hermelino Neto – Eu assumi a Federação dois meses após a aprovação da reforma trabalhista e isso impactou todo o nosso planejamento para o ano de 2018. Foi um momento complexo e de muitas incertezas. Esse foi o primeiro desafio. Felizmente, nós construímos unidade no Comando Nacional dos Bancários, isso repercutiu positivamente na mesa de negociação, nos permitindo celebrar uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) garantindo sustentação financeira das entidades sindicais para manter as suas estruturas e também fazer a luta da categoria bancária e contribuir com a luta geral dos trabalhadores.

Em seguida, veio a pandemia. Mais um problema que nós enfrentamos. Além da perda de muitas vidas de bancários e de bancárias, nós tivemos que nos adaptar a uma nova realidade de trabalho. Mais uma vez, nós conseguimos vencer essa etapa e também implementar novas cláusulas na nossa CCT, que atendesse essa nova realidade, que era o trabalho em home office e fomos ajustando essas cláusulas, para dar mais tranquilidade para categoria.

Outro desafio que também enfrentei, logo no início, foi a responsabilidade de assumir uma entidade que foi presidida antes por grandes nomes, como Euclides Fagundes, Álvaro Gomes, Everaldo Augusto, Eduardo Navarro e Emanoel Souza. Eu sou de outra geração e, de certa forma, tinha um ambiente de incerteza, uma certa desconfiança da minha capacidade de realizar um bom trabalho. Mas, eu fui secretário-geral em alguns mandatos e Vice-Presidente, conhecia a Federação como a palma da minha mão e tinha uma relação muito próxima com todos os sindicatos, com os seus presidentes e presidentas. Eu tinha certeza que iria contar com o apoio de todos, como contei. Eu queria fazer uma gestão tranquila, dando continuidade ao mandato exercido por Emanoel. Conhecer a Federação, como eu conhecia, foi fundamental para dar sequência a um trabalho e também inovar em vários aspectos. Aproximar mais a Federação do interior.

Qual a maior vitória neste período?

Hermelino Neto – Com certeza, a vitória mais importante foi ter participado de forma efetiva da manutenção da nossa CCT, em um cenário de terra arrasada do estrago feito pela reforma trabalhista, manter uma convenção quase intacta em relação aos nossos direitos, foi algo extremamente importante pra categoria, fico fez pois a nossa Federação teve papel fundamental nesse processo de luta e resistência.

O que você destacaria como marca da sua gestão do ponto de vista institucional?

Hermelino Neto – Na luta institucional, a Federação sempre participou de forma efetiva das grandes batalhas do povo brasileiro. No governo passado, nós tivemos vários embates, como o retrocesso da reforma da Previdência, que retirou direitos dos trabalhadores.

Nós também participamos de todas as mobilizações pela democracia no país e pela vitória do candidato Lula, que representava o segmento dos trabalhadores contra o golpe. Inclusive, nós estivemos em Brasília, participando de um ato com os sindicalistas logo após a vitória de Lula, reafirmando o nosso compromisso com a defesa da democracia e condenando os atos golpistas. A direção da Federação sempre teve um papel efetivo em relação a todo esse processo.

Em relação ao direito dos trabalhadores, nós travamos lutas no âmbito nacional, estadual e municipal; defendemos a taxação das grandes fortunas, o fim da jornada 6×1, as políticas de correção da tabela do imposto de renda, tentando ampliar o valor da isenção para beneficiar a categoria, dentre outras lutas.

Na sua opinião, qual o maior legado que deixa para os bancários da Bahia e Sergipe?

Hermelino Neto – Falar de legado é falar do grau de unidade que nós construímos nesses anos. Eu acho que a marca do meu mandato tem um aspecto muito positivo na unidade da Federação e dos nossos sindicatos. Vejo isso como algo importante.

Também teve uma outra questão que foi melhorar a nossa interlocução no debate nacional. A gente conseguiu implementar um ritmo que deu mais vida à Federação, ao trazer a Fenaban para assinar as nossas aditivas Bahia e Sergipe aqui na sede da Federação. Além das diversas reuniões que realizamos com os bancos, colocaram a Federação em um outro patamar. Estreitarmos a nossa relação com o segmento patronal na solução dos problems. Tudo Isso foi importante para a Federação e para os nossos sindicatos. Outra conquista foi incluir todos os sindicatos na aditiva da Bahia, com os meus direitos, antes só tínhamos nove.

Fizemos também uma ampla reforma no prédio da Federação, com instalação de energia solar, modernização dos espaços e outras obras, que valorizaram o patrimônio da Federação, além de preservar o prédio para as futuras gerações de dirigentes sindicais.

Quais são os seus projetos a partir de agora?

Hermelino Neto – Vou continuar na direção da Federação como secretário-geral. Eu tenho uma tarefa de coordenador nacional da CTB Bancários e vou dedicar um tempo maior a esse trabalho. Também quero estar presente na base, conversando com os bancários, discutindo os problemas, além da vida sindical no geral e todos os embates que nós temos aí na vida institucional. Irei continuarei com a mesma pegada, continuarei firme na luta em defesa dos interesses da categoria bancária, mas sem perder de vista a luta mais geral, que é a luta dos trabalhadores e luta por transformação social, por melhorias para os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros. Estarei firme nas trincheiras participando das atividades. É claro que eu também não vou abandonar essa relação que eu construí ao longo dos anos com os sindicados, presidentes, presidentas e diretorias. Quero estar presente também nas atividades das nossas entidades.

Que conselho você daria para a nova presidenta da Federação, Andréia Sabino?

 Hermelino Neto – Andréia é uma pessoa extremamente comprometida com a luta da categoria bancária, ela é uma grande liderança, conseguiu desenvolver um trabalho extraordinário nas tarefas que assumiu. Eu tenho certeza que ela não irá encontrar dificuldades em dirigir a Federação, basta manter esse ritmo que ela tem tido na coordenação da Comissão de Organização dos Empregados do Itaú e também como dirigente do Departamento de Saúde da Federação. Dirigir uma entidade com 13 sindicatos, não é tarefa fácil, entretanto ela está preparada.

O segredo é dialogar com os sindicatos e manter a política de interiorização desenvolvida nas últimas gestões.

Fonte: FEEB/BA-SE.

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