Na manhã da última terça-feira (20), bancários da Bahia e Sergipe se mobilizaram contra uma das afrontas apresentadas pelo governo federal aos trabalhadores. Antes mesmo da nova posse, a reeleita presidente Dilma Rousseff anunciou a abertura de capital da Caixa Econômica Federal como uma das diretrizes da política econômica do seu mandato. Com isso, o maior banco estatal do país deixa de ser 100% público e passa a atender aos interesses do mercado.
Temendo a concretização do anúncio, bancários da Caixa se vestiram de preto e paralisaram as atividades até às 11h da manhã, externando contrariedade à medida da presidente e buscando chamar a atenção da sociedade para os riscos da decisão do governo. Em Vitória da Conquista, os funcionários da CEF se concentram na agência da Praça Barão do Rio Branco, panfletando e informando sobre o retrocesso que essa atitude representa para toda a sociedade.
A mobilização também contou com a participação de outros movimentos organizados da cidade. “Nós estamos sendo vítimas, tanto no campo quanto na cidade, de políticas que não vão beneficiar os trabalhadores, essa é mais uma triste surpresa para nós”, afirmou Willian Gama, representante do Movimento Sem Terra. “Se a gente tem uma abertura de capital, transformando a Caixa numa Sociedade de Economia Mista, há uma redução das possibilidades de reversões dos ataques aos trabalhadores”, posicionou-se o membro do Levante Popular da Juventude Alexandre Xandó. Além do MST e do Levante Popular da Juventude, representantes do Movimento dos Pequenos Agricultores participaram da ação.
Para o presidente do Sindicato, Paulo Barrocas, é preciso mobilizar. “Essa luta é de toda a sociedade, e precisamos aglutinar forças para defender a Caixa e barrar a intenção desse governo, que trará prejuízos a todos os brasileiros”, destaca o presidente.