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“Ainda há muitas lutas a serem vencidas”

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Nesta edição d’O Piquete Bancário você confere uma entrevista com a advogada, professora de direito da UESB e FAINOR, doutora pela PUC/SP, vencedora do 5º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero, Luciana Silva, sobre as lutas das mulheres e seus direitos na sociedade.

Como o papel social da mulher, em um tipo de família tradicionalmente patriarcal, tem mudado ao longo da história? Embora as mulheres tenham conquistado importantes avanços sociais no sentido de superar o modelo patriarcal de família, algumas permanências desse padrão coexistem ainda enraizadas em nossa cultura. Como exemplo, podemos citar a violência doméstica – seja física ou psicológica – que tem o público feminino como alvo. Além disso, podemos afirmar que os cuidados com a casa e os filhos continuam sendo vinculados ao universo feminino como “coisas de mulher”. Apesar de muitas vitórias, ainda há muitas lutas a serem vencidas.

Quais os maiores obstáculos ainda enfrentados pela mulher nos dias de hoje? O maior obstáculo continua sendo o padrão machista que põe a identidade feminina como subalterna. Esse padrão precisa ser questionado e solapado por mulheres e homens em prol da igualdade de gênero. É esse paradigma que naturaliza as violências físicas e simbólicas.

As mulheres hoje possuem uma jornada tripla, com família, estudos e trabalho. Como a sociedade enxerga todas essas atribuições? O homem tem tomado consciência na hora de dividir as responsabilidades? A sociedade patriarcal torna invisível e sem valor o trabalho doméstico, posto que é tido “como coisa de mulher”. De acordo com o IBGE (SIS 2015) a mulher gasta em média 21,2 horas semanais com afazeres domésticos e 35,5 horas em trabalho remunerado. já os homens despendem 10 horas semanais em atividades domésticas e 41,6 horas semanais em atividade renumerada. Portanto, é preciso democratizar a repartição dos afazeres domésticos.

Qual a importância do feminismo para as mulheres e para a sociedade, uma vez que a luta feminista tem avançado cada vez mais? Os movimentos feministas e de mulheres, historicamente, configuram importante grupo de pressão em favor da igualdade entre de gênero, angariando importantes conquistas através de denúncias e efetivação de políticas afirmativas.

Somente em 2015 foram registrados mais de 634 mil denúncias pelo Disque 180, que é a Central de Atendimento da Mulher. As mulheres estão mais conscientes dos seus direitos? De que forma elas são amparadas pela justiça? A Lei Maria da Penha, conquista da sociedade brasileira fomentada pelos movimentos feministas e de mulheres, vem tendo relevante divulgação social, o que favorece o debate e disseminação dos direitos femininos de uma forma ampla. Além disso, as mulheres contam com instituições de apoio contra a violação de seus direitos. Em Vitória da Conquista, por exemplo, temos: a Delegacia da Mulher, o Núcleo de Atendimento à Mulher da UESB, o Centro de Referência Albertina Vasconcelos, a Rede de Proteção à Mulher, o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, a União de Mulheres de Vitória da Conquista, a ARGOS, a Vara de Violência Doméstica, dentre outros.

As opiniões expressas na entrevista não refletem, necessariamente, o posicionamento de toda a diretoria do SEEB/VCR.

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