Além das reformas

Após a Greve Geral que mobilizou milhões de pessoas contra as reformas trabalhista, previdenciária e da terceirização, propostas pelo governo Temer, as novas denúncias envolvendo os mais variados personagens da cena política brasileira, abalaram a pretensão de aprovar todas as retiradas de direitos previstas. O Ocupa Brasília, manifestação convocada pelas Centrais Sindicais, é mais um passo para barrar as reformas, no entanto precisamos ir muito além.
Atravessamos escândalos que vêm desde a era Sarney, passando pelo impeachment de Collor, as privatizações de FHC, o mensalão e o petrolão de Lula e Dilma, para chegar até a JBS de Aécio, Temer e todos os outros. É necessário aprender com todas essas experiências passadas. Toda essa enxurrada de falcatruas que vem acontecendo só beneficiam uma pequena elite. Não podemos aceitar que a única lição que fique seja o aperfeiçoamento do processo de corrupção. Não devemos continuar apostando em soluções fáceis, em acordos com os banqueiros, as elites privadas e as oligarquias partidárias como tem acontecido ao longo do tempo.
Precisamos cobrar a punição imediata de todos os políticos e empresários, agentes do judiciário e as direções dos partidos envolvidos nessa estrutura montada para corromper todo o sistema governamental do país. Com isso a grande maioria daqueles que votam a favor das reformas estarão atrás das grades e os outros que continuam recebendo propinas dos empresários para defender o projeto ficariam temerosos. Para além das prisões e do confisco de bens, precisamos efetuar as reformas que realmente interessam ao povo brasileiro. E que estas sejam feitas por um congresso especialmente eleito para essa função e promulgada após um plebiscito para que sejam avaliadas. O objetivo precisa ser construir uma sociedade onde os valores da ética e a distinção entre o uso público e privado dos bens comuns não sejam exceção. A luta não pode parar.