Apesar da desaceleração da economia e das pressões de parte do governo, setores empresariais, centrais sindicais e de movimentos populares, o Banco Central (BC) não mexeu nos juros. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic, juros básicos da economia, em 13,75% ao ano. A decisão já era esperada pelos analistas financeiros e foi criticada pelo presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo: “Só o ‘deus mercado’ sorri”.
“A manutenção da taxa básica de juros em 13,75% é de causar indigestão. A decisão reproduz a cartilha do grande capital quando somente satisfaz o ânimo do rentismo. A postura do presidente Roberto Campos Neto e sua equipe econômica é inaceitável. Nada justifica diante da crise e do drama que afeta milhões de famílias brasileiras. Essa política atende ao receituário do mercado, dos bancos e da especulação. A decisão revela uma completa submissão do Copom aos interesses dos rentistas e um evidente boicote ao presidente do Brasil, que já apontava da necessidade urgente de uma mudança de rota na macroeconomia”, avaliou o dirigente.
Segundo Adilson, as centrais sindicais e os movimentos populares precisam “engrossar” a pressão sobre o BC. “Está evidente que a manutenção dessa política restritiva e conservadora pode levar o país ao fundo do poço. Como reindustrializar o país como centro do desenvolvimento e caminho para a retomada do crescimento nos marcos de uma política fiscal regressiva e subordinada à pressão dos ricos? Precisamos urgentemente levantar o coro pelo #ForaRobertoCamposNeto ao esforço de todos e todas que trabalham pela retomada das atividades e do crescimento econômico, gerando emprego e distribuição de renda”, considerou.
A taxa continua no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. Essa foi a quinta vez seguida em que o BC não mexeu na taxa, que permanece nesse nível desde agosto do ano passado. Anteriormente, o Copom tinha elevado a Selic por 12 vezes consecutivas.
“O povo elegeu um programa democrático e popular para promover a reconstrução e transformação do país. O povo não deu autonomia alguma para o Bacen seguir agindo como um laboratório de maldades. O Banco Central precisa redefinir seu papel que baseada na responsabilidade fiscal não pode ser o arcabouço do sepultamento da responsabilidade social. A retomada do crescimento econômico demanda o caminho dos investimentos públicos, das grandes obras de infraestrutura, da universalização dos serviços públicos”, concluiu o presidente da CTB.
Com informações da Agência Brasil.
Fonte: CTB.