O Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região promoveu, na manhã desta quinta-feira (12), uma paralisação no Itaú/Francisco Santos, em Conquista.
O protesto foi motivado pela demissão de mais um bancário da agência, o terceiro caso este ano. Além de retardar a abertura, os diretores do SEEB/VCR discursaram sobre a conduta desrespeitosa do Itaú para com seus funcionários e clientes.
Na última segunda (9), o banco divulgou lucro líquido de R$ 7,159 bilhões no 1º trimestre de 2022, alta de 5,6% em relação ao período anterior.
Vale ressaltar que no ano passado, em meio à pandemia e em plena crise econômica, o Itaú obteve o descomunal lucro de R$ 26,879 bilhões.
Apesar do resultado impressionante, que representou uma alta de 45% em relação a 2020, o banco manteve a sua política de exploração de bancários e clientes.
Segundo estudos do movimento sindical, nos últimos sete anos houve um aumento de 32,5% no total de clientes, mas apenas 8% no número de funcionários. A estimativa é que hoje, cada trabalhador seja responsável pelo atendimento de mais de mil contas.
Mesmo com a alta demanda, o Itaú insiste em promover demissões, gerando uma evidente sobrecarga de trabalho para as bancárias e bancários que restam. Além disso, são impostas aos trabalhadores metas abusivas, muitas vezes inalcançáveis. A pressão por números cada vez mais expressivos, acarreta um alto índice de adoecimento físico e mental na categoria.
Outro ponto fraco dessa correlação são os clientes, que pagam altas taxas e juros, mas são expostos a um atendimento precarizado. Segundo o balanço divulgado, somente com a receita arrecadada com prestação de serviços e tarifas bancárias, no último ano, o Itaú lucrou R$ 43,3 bilhões. Isto significa que as taxas pagam todos os funcionários e sobram R$ 18,5 bilhões. Um absurdo.
Em Conquista, o Itaú ganhou o processo licitatório realizado pela Prefeitura e se tornou, em novembro de 2019, a empresa responsável pela folha de pagamento dos funcionários do município. Contudo, no mesmo ano, o banco fechou a agência Itaú/Bairro Brasil, aglomerando clientes e usuários nas unidades Francisco Santos e São Geraldo.
“A paralisação vem para demonstrar o descontentamento dos bancários em relação às políticas nefastas do Itaú. Não existe justificativa para essas demissões, pois, ao contrário de milhares de empresas que enfrentaram dificuldades na pandemia, o banco obteve lucro recorde. A população, que sofre por horas nas filas para receber atendimento, também precisa se levantar contra os abusos desta instituição financeira, denunciando ao Procon. Exigimos que o Itaú pare de demitir e respeite os clientes e funcionários”, afirma Sarah Sodré, diretora do Sindicato dos Bancários.