Após mais um ataque com uma dura Medida Provisória contra os trabalhadores, o presidente Jair Bolsonaro revogou há poucos instantes o trecho da MP 927/20 que permitia a suspensão dos contratos de trabalho e cortar salários por um período de quatro meses, devido à crise do corona vírus.
A MP, que já está em vigor, deve passar pelo Congresso no prazo de até 120 para manter sua validade. Segundo informações divulgadas na imprensa nacional, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já havia manifestado opinião contrária argumentando que era uma “medida provisória capenga”.
Enquanto isso, quem deve continuar lucrando ainda mais são os bancos. Somente a Caixa, Banco do Brasil e BNDES possuem hoje um montante de R$ 207,8 bilhões que serão ofertados em créditos aos seus clientes, com o apoio do ministro da Economia Paulo Guedes.
Nesta segunda-feira (23), o Banco Central anunciou novas medidas para injetar recursos no sistema financeiro, a exemplo da liberação de R$ 68 bilhões em depósitos compulsórios, além dos R$ 135 bilhões liberados em fevereiro. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que as novas medidas visam permitir que os bancos privados tenham mais dinheiro em caixa.
“O quadro é ainda mais grave quando se contrapõe a alta lucratividade do banco às suas medidas ineficazes de contenção ao corona vírus nos estabelecimentos bancários. Após a liberação de funcionários do grupo de risco, aqueles que ficaram estão sobrecarregados e trabalham com o medo de infecção”, afirma a diretora do SEEB/VCR, Sarah Sodré.