Com o tema “Unidos somos mais fortes”, a Plenária Nacional da Juventude da CUT apresentou desafios e apontou soluções para aumentar participação de jovens na luta trabalhista
Aumentar a participação de jovens, não apenas para oxigenar, mas também para garantir a longevidade no processo de luta e conquistas à classe trabalhadora é um dos principais desafios do movimento sindical. O tema foi debatido na tarde desta quinta-feira (19), durante a Plenária Nacional da Juventude da CUT, realizada no âmbito do 14º Congresso Nacional da CUT (CONCUT), que vai até domingo (22) no Expo Center Norte, na capital de São Paulo.
“Se estamos no movimento sindical é para construir uma sociedade justa, porque lutamos por direitos e a participação da energia e garra da juventude são componentes essenciais para isso”, destacou o deputado federal Carlos Veras (PT-PE), convidado para a mesa da plenária.
“Atrair a juventude para lutas nossas, e que também são dos jovens, é uma prioridade, sobretudo no atual momento político que estamos, de reconstrução do Brasil”, observou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que também é vice- presidenta da CUT Nacional. “Esse encontro, que realizamos hoje, é importante para pensar em como fortalecer, estimular e ampliar a participação dos jovens”, pontuou.
No período mais recente, entre 2019 e 2022, o então governo de Jair Bolsonaro (PL) cortou 93% do orçamento da Secretaria de Juventude, além de acabar com políticas públicas para esse grupo, estabelecidas nos governos anteriores, de Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT), quando, historicamente, ocorreram os maiores investimentos em oportunidades e garantias de direitos aos jovens (ampliação no acesso ao mercado de trabalho, ao crédito, à renda, à terra, aos esportes, lazer e cultura).
Em julho deste ano, o governo Lula, em seu terceiro mandato, recriou o Comitê Interministerial da Política Pública de Juventude (COIJUVE), órgão que faz a gestão e o monitoramento das políticas públicas destinadas à juventude.
O secretário de Administração e Finanças da CUT Nacional, Ariovaldo de Camargo, destacou que o desafio de trazer mais jovens para o movimento sindical requer o domínio das novas formas de dialogar, sem deixar de aprender com a história de quem ajudou a construir a CUT de hoje.
Ele trouxe como exemplo a história de vida do presidente Lula, que ainda muito pequeno saiu do interior de Pernambuco para São Paulo – movimento que a sua família, liderada pela mãe Dona Lindu, fez à procura de uma vida melhor.
“Pelas condições em que veio para o Sudeste, já foi uma vitória Lula não ter morrido no caminho. Depois de muitas lutas, no movimento sindical, chegou à presidência do país por três vezes”, relembrou. “O presidente Lula obteve sua formação política no meio sindical e, é importante destacar isso, porque nós podemos ter entre a nossa juventude um futuro presidente do Brasil”, concluiu.
O papel da formação foi destaque na plenária como solução para aumentar a entrada de jovens no movimento sindical. “Muitas vezes as pessoas [jovens] chegam no movimento sindical por uma luta individual, uma dificuldade do seu local de trabalho, da sua comunidade, e acaba compreendendo que é um problema de luta de classe”, explicou a secretária de Formação da CUT Nacional, Rosane Bertotti.
Flávia Silva, coordenadora de projetos da DGB Bildungswerk, instituto de formação e cooperação internacional da DGB, a Central Sindical Alemã, reforçou a importância da formação para trazer jovens ao movimento sindical.
“O tema da juventude é muito recorrente na DGB, o que nos levou a criar um congresso, realizado todos os anos, de onde tiramos as pautas prioritárias de luta à classe trabalhadora jovem”, contou.
A secretária da Juventude da Contraf-CUT, Bianca Garbelini, que acompanhou como expectadora toda a plenária avaliou o encontro como “muito importante para o futuro do sindicalismo cutista”. “Somos nós, jovens, que construiremos a CUT dos próximos 40 anos, valorizando a história de quem veio antes, mas principalmente pensando um modelo de sindicalismo que efetivamente represente os trabalhadores brasileiros em todas as suas formas e diversidade”, concluiu.
Fonte: Contraf