Os bancários estão entre as categorias que mais apresentam casos de adoecimento relacionados ao trabalho. Por este motivo, a Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, em parceria com o Sindicato dos Bancários da Bahia, realizou um debate virtual sobre a saúde mental dos trabalhadores, no último sábado (18).
A base do Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região foi representada pela diretora de Assuntos de Saúde e Qualidade de Vida do Trabalhador, Giovania Souto, e pelo funcionário Lirâncio Fernandes Jr.
Na oportunidade, a médica do Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador (Cesat), Suerda Fortaleza, apresentou dados alarmantes sobre o aprofundamento do adoecimento mental entre a categoria. Segundo Suerda, os bancários têm dormido mal, se sentido nervosos, tensos, preocupados, tristes e têm chorado mais do que o costume.
A procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ana Emília Andrade, reforçou o quanto a pandemia atingiu a saúde mental dos trabalhadores. Entre os dados apresentados, Ana Emília salientou que a depressão representa 12% dos afastamentos do trabalho no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
As questões relacionadas ao INSS e os impactos entre os bancários foram tratados pela advogada do Bancários Bahia, Angela Mascarenhas. Entre as dificuldades enfrentadas pela categoria está o estigma da sociedade referente ao adoecimento mental.
No encerramento do evento, o diretor de Saúde do Bancários Bahia, Célio de Jesus, que mediou os debates, destacou a importância de se discutir o tema. “Temos de resistir, lutar e continuar sonhando. Onde houver vida, sempre haverá esperança”, afirmou Célio.
Para Giovania Souto, diretora do Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região, o encontro serviu para reforçar a luta contra o adoecimento mental na categoria. “Gostei muito da reunião, pois foi bem esclarecedora. Foi pontuada a questão da Covid-19 e seus desdobramentos para os trabalhadores, principalmente para os funcionários dos bancos. Também foi abordado o alto número de suicídios entre os bancários, com o enfoque nos sinais que temos que estar atentos para evitar o agravamento dos casos. Outro tema debatido foi a péssima condição oferecida para o home office, como a falta de estrutura e de equipamentos, o que acarreta em quadros de ansiedade. São pontos que temos que debater e buscar soluções imediatas para que a categoria possa ter qualidade de trabalho e de vida”, conclui.