Os funcionários do Banco do Brasil que compõem a base do Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região deliberaram, em assembleia virtual nesta segunda-feira (25), pela adesão à paralisação nacional contra as reestruturações no banco.
O ato nacional acontece na próxima sexta-feira (29), com a paralisação das atividades, mobilizações e o esclarecimento da população sobre os riscos do sucateamento do BB.
A direção do Banco do Brasil anunciou o fechamento de mais de cinco mil postos de trabalho, a desativação de 361 unidades, transferências compulsórias e a retirada de funções.
O movimento sindical e os trabalhadores preveem que as demissões vão precarizar o atendimento, aumentar o tempo de espera nas filas e sobrecarregar os demais funcionários, o que aumenta as chances de adoecimento físico e mental.
O BB é referência em diversos setores da economia brasileira. Estudos apontam que o banco público financia cerca de 60% da produção agropecuária, desde a agricultura familiar -produtora de alimentos básicos para a população – até os grandes produtores agrícolas.
A instituição também tem um forte papel social gerindo e operando políticas públicas, como programas de microcrédito produtivo, crédito Acessibilidade, crédito consignado, Pronaf e parte do FIES.
Na região, foi anunciado o fechamento das agências de Abaíra, Encruzilhada e Tremedal. A falta destas unidades bancárias resultará na fuga de capital para os outros municípios, agravando a crise econômica, o desemprego, além de dificultar o acesso de aposentados e demais usuários dos serviços.
O processo de desmonte do BB não se justifica, tendo em vista que o banco sempre figura como um dos mais lucrativos do Brasil. Somente nos três primeiros trimestres de 2019, o banco lucrou mais de R$ 10 bilhões, com a exploração de clientes e bancários.
O Sindicato denuncia que o sucateamento promovido pela direção do Banco do Brasil, com o aval do governo Bolsonaro, tem como objetivo principal reduzir a atuação da empresa e precarizar o atendimento com a finalidade de justificar uma futura privatização. Vale lembrar que em reunião ministerial, em abril do ano passado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou em tom agressivo que o BB é um “caso pronto de privatização” e que o governo “tem que vender essa p… logo”.
“O Banco do Brasil passa por sua terceira reestruturação em menos de quatro anos e em todas elas houve fechamento de agências, demissão de funcionários e transferência de tantos outros. Vamos resistir aos ataques e mostrar para à população os prejuízos dessas políticas do governo federal, que vêm matando as instituições paulatinamente com o único objetivo de privatizá-las. Por isso, vamos paralisar as atividades no Banco do Brasil no dia 29 contra mais essa reestruturação, que fere o banco gravemente e prejudica municípios, clientes e trabalhadores”, afirma Leonardo Viana, presidente do Sindicato dos Bancários.