O mês de abril é o mês da conscientização em relação à saúde do trabalhador. Além do dia 7 – Dia Mundial de Saúde, há também o dia 28, quando é celebrado o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.
Pelo segundo ano consecutivo, o país enfrenta um período bem difícil por conta do agravamento da pandemia e as mortes causadas pela covid-19. Vários países já conseguiram vacinar em massa a sua população e já estão voltando aos poucos a ter uma vida normal.
Enquanto isso, o Brasil assiste a milhares de mortes diárias sem nenhuma perspectiva de melhora rápida por conta de fatores como o negacionismo do governo federal que, além de negligenciar a doença, não adquiriu vacinas em tempo hábil, e segue desacreditando e incentivando parte da população a ser anti-ciência. E com isso, a economia patina e o desemprego aumenta por falta de políticas para as empresas, que sofrem com o abre e fecha dos estabelecimentos devido à necessidade de isolamento social e à piora da pandemia.
O diretor de Saúde do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Carlos Damarindo, destaca que a categoria bancária, além de todos os problemas de saúde já enfrentados, sofre pelo medo da doença, com a perda de colegas e familiares e com o fantasma das demissões, assim como outras categorias profissionais que continuam na linha de frente na pandemia. “Toda essa carga emocional se agrega à pressão por metas diárias, ao isolamento em casa e ao assédio moral. Todos os dias lidamos com trabalhadores que pedem socorro em relação à sobrecarga e com o medo de demissão, uma vez que os bancos descumpriram compromisso de não demitir na pandemia”, comenta.
Damarindo acrescenta que como os bancos são considerados um serviço essencial na pandemia, juntamente com alguns setores do comércio de alimentos, saúde e outros, os bancários se tornaram muito vulneráveis ao risco de contaminação por covid-19 por trabalharem em um local fechado por pelo menos 6 horas por dia.
“A pressão para quem está na linha de frente ou para quem está no home office fizeram aumentar os transtornos mentais. Em 2020, a maioria dos bancários e bancárias que nos procuraram, cerca de 90%, tinham problemas relacionados ao estresse, ansiedade e depressão, tendo aumentado muito ainda o número de diagnósticos de Síndrome de Burnout, que é o esgotamento mental relacionado ao trabalho. Apesar do não fornecimento de números do INSS, em 2019 e 2020, nós registramos esse aumento dia após dia desde 2019 e que ficam escondidos no INSS”, destaca.
O dirigente orienta: “Muitas pessoas demitidas ainda estavam em tratamento. Por isso, recomendamos que se cuidem. Não deixe sua saúde nas mãos do banco. O Sindicato pode te ajudar, te orientar e mostrar os melhores caminhos. Lutamos para que essas doenças sejam reconhecidas como doenças do trabalho já que até 2018, 57% dos afastamentos da categoria bancária foram por transtornos mentais e LER/Dort “.
Fonte: SEEB/SP