Garantia de que todos os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho serão respeitados até que um novo acordo seja assinado. É isso que o Comando Nacional dos Bancários cobra da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) nesta quinta-feira (12). Os trabalhadores querem sair da segunda rodada de negociação da Campanha Nacional Unificada 2018 com o pré-acordo de ultratividade assinado, e um calendário para as próximas rodadas de negociação.
“Diante do desmonte trabalhista, nada mais está garantido para os trabalhadores”, alerta a presidenta da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Juvandia Moreira. “Por isso, a assinatura desse pré-acordo é fundamental para os bancários. Graças ao acordo de dois anos, conquistado em 2016, os direitos da categoria, previstos na CCT, são válidos até 31 de agosto deste ano. Mas depois, nada mais na lei garante que serão respeitados. Há categorias que ainda não assinaram novos acordos e maus patrões se aproveitaram disso para deixar de pagar VA, VR, plano de saúde. Não vamos permitir que isso aconteça com os bancários. Queremos sair dessa mesa de quinta-feira com a ultratividade dos direitos totalmente garantida”, explica a dirigente.
O Comando Nacional dos Bancários também quer uma resposta para o calendário de negociações sugerido aos negociadores da Fenaban na primeira reunião realizada em 28 de junho.
“Antecipamos bastante nossa Campanha 2018 para não deixar a categoria à mercê da retirada de direitos autorizada pela legislação trabalhista do pós-golpe. Por isso queremos acertar essa agenda para que as rodadas ocorram de forma a assinarmos nossa Convenção Coletiva de Trabalho garantindo todos os direitos dos bancários. O Comando Nacional está totalmente disposto a negociar e resolver a campanha o mais breve possível. E os bancos estão em excelente saúde financeira, como sempre graças aos seus empregados, e podem fazer isso com tranquilidade”, reforça Juvandia.
Outras reivindicações – Reunidos em conferência nacional, bancários e bancárias de todo o Brasil definiram como prioridade para a Campanha 2018, além do pré-acordo, aumento real para salários e demais verbas, PLR maior, garantia dos empregos. A categoria está mobilizada, ainda, em defesa dos bancos públicos e da democracia, com foco na eleição de candidatos, em outubro, comprometidos com os direitos da classe trabalhadora.
A pauta foi entregue aos bancos em 13 de junho e reivindica, ainda, cláusulas defendam os bancáripd de outras ameaças da lei trabalhista como a retirada da CCT dos bancários hipersuficientes (quem ganha a partir de duas vezes o teto de benefícios do INSS, hoje em R$ 11.291, e tenha ensino superior), os contratos temporários, intermitentes, a terceirização.
#AssinaFenaban – Sindicatos realizaram atos em todo o país na quarta-feira (11) alertando a categoria sobre o que pode acontecer caso os bancos não assinem o pré-acordo de garantia dos direitos. Os dirigentes explicaram que tais direitos não são “benefícios”, foram conquistados após anos de mobilização e, agora, depois da aprovação da “reforma” trabalhista, correm risco.
Nas redes sociais, a categoria usou a #AssinaFenaban para ajudar a pressionar os bancos.